Às vezes, não há mesmo um aviso. As cortinas do tempo se abrem, nuas, sem música, sem prólogo, só o silêncio e as mãos cruas. Em poucos segundos, tudo cai. O chão que parecia tão seguro se esvai em névoa. E o que era o alicerce torna-se apenas rastro, poeira. Vivemos na ilusão do comando, traçando um plano como um cartógrafo, crendo que a vida é linear e previsível, mas é maré e vento errático. Pensamos demais. A mente pesa. O que virá? O que foi? E se fosse...? Levamos as pedras nos bolsos e esquecemos o instante que nos trouxe. Pensa menos e sinta mais. Sinta o calor do sol sobre a face, o silêncio a dançar entre os sentidos, o riso sem razão, leve e fugaz, o arrepio dos tempos já partidos. A vida é curta e bela, E se a olharmos bem, nem é breve é um sopro. Suspiro entre dois vazios. Aproveitar não é correr, é ser. É colher figos antes que estejam frios. Há beleza no estar, simplesmente, viver com atenção, em alma presente, amar sem rede, sem ga...
O que ouvi, o que senti, o que fiz
e o que despertou a minha curiosidade...