Parto amanhã rumo ao Santiago de Compostela, onde as melhores aventuras acontecem.
13 de novembro de 2024
Enumeração
3 de novembro de 2024
Deseducando com as Mãos
As mãos da mãe Júlia, marcadas pelo tempo e pelas responsabilidades, eram firmes, mas guardavam uma suavidade intrínseca, aquela que somente o amor incondicional consegue preservar. Elas seguravam um frágil barco de papel com uma precisão cuidadosa, consciente de que, apesar da sua leveza, carregava os sonhos preciosos. Cada movimento era impregnado de ternura, como se soubesse que aquele pequeno objeto era mais do que papel: era a chave para um mundo que ela mesma ajudava a criar.
As mãos do filho João, pequenas, inquietas e cheias de uma energia vibrante, tocavam no barco com uma ansiedade de quem está a desvendar os mistérios do universo pela primeira vez. O toque infantil, desajeitado, mas cheio de vida, dava forma a novas aventuras a cada instante. Os seus dedos percorriam as dobras do papel como se explorassem um mapa desconhecido, em cada linha era um caminho a seguir, um destino a conquistar.
Entre as mãos da mãe e do filho, o barco de papel transformava-se. Deixava de ser apenas uma dobradura simples e tornava-se um navio corajoso, comandado por um capitão audaz e muitos marinheiros fortes e enérgicos, sempre prontos para enfrentarem os oceanos da imaginação.
Juntos, a mãe e filho, através do toque, criavam um momento de profunda cumplicidade. As suas mãos não só moldavam o barco, mas também o futuro, ia a tecer uma narrativa conjunta onde ambos eram protagonistas de aventuras que ultrapassavam a realidade.
Aquele contacto, possua o seguro e o inocente, entre o conhecido e o inexplorado, era um compromisso. Uma promessa de proteção, de descoberta, de apoio mútuo. As mãos, naquela comunhão silenciosa, tinham o poder de transformar o banal em extraordinário, de educar e, ao mesmo tempo, deseducar, libertando-se das regras para criar um mundo, onde o impossível se tornava possível.
29 de outubro de 2024
Romance numa adega
Do livro “escrita em dia”. O tema será: “adega escura, tira as luvas de pele das mãos e demora a adaptar a escuridão.” , utilizando um ou vários sentimentos: assustada, feliz, ansiosa, prepara armadilha, alegre, adormecida. Mini-conto de 300 palavras. Personagem pode ser homem ou mulher.
Desci à adega em silêncio,
onde o ar carregado de uvas e terra
repousa nos ombros como um peso antigo.
Tirei as luvas de pele,
dedo a dedo,
e o toque do frio ergueu um arrepio.
Na escuridão profunda,
onde o tempo não tem pressa,
esperei que os olhos se acostumassem
à meia-luz que tudo envolve,
os contornos surgem devagar,
um mundo entre as sombras e os silêncios.
Cada passo, um eco abafado,
as garrafas alinhadas, os barris vigilantes,
um local de encontros e segredos.
Em algum lugar, sinto uma presença,
um sussurro que me prende,
e algo adormecido se desperta.
Estou ansiosa, as mãos sem luvas tremem,
o coração acelera entre o pó e o silêncio,
onde a respiração soa como o único som.
Cada barril é um muro,
cada sombra, uma promessa,
cada passo, uma vertigem.
Sigo adiante, onde a penumbra era mais densa,
e sinto o cheiro do vinho,
da madeira e de algo mais profundo
um mistério latente, uma espera que ecoa.
Num canto, vejo uma sombra,
um contorno que emerge do escuro.
O som de uma respiração,
um calor que toca no ar.
Sinto a presença, firme e silenciosa,
sem precisar de luz para reconhecê-la.
E ali, no escuro da adega,
onde os sons são ecos,
ficamos assim, lado a lado,
à espera que a escuridão nos revele
não o rosto, não o nome,
mas a promessa suspensa
entre o toque e o silêncio,
entre o frio do vinho
e o calor da noite.
Na calma, a luz não faz falta;
a noite e a sombra selam o que é nosso,
eterno, como a escuridão.
22 de outubro de 2024
Brincadeira infantil
Na Luz das Letras fizemos um mini-conto com uma brincadeira infantil, com 300 palavras.
Era uma noite de inverno e a chuva batia levemente nas janelas da velha casa. Dentro, um grupo de crianças estavam reunidos na sala, cansadas dos jogos de tabuleiro. Foi então que Carlos sugeriu: “
Vamos jogar ao quarto escuro!”
A excitação cresceu de imediato. O jogo favorito de todos, era simples, mas cheio de adrenalina. Apagaram as luzes e dirigiram-se para o quarto mais pequeno da casa, aquele com apenas uma cama e um armário. As paredes frias e o silêncio da noite tornavam tudo mais assustador.
As regras eram claras, uma criança seria escolhida para ser o "caçador", enquanto as outras se escondiam no escuro. Com as luzes apagadas, não havia como ver alguma coisa, apenas se ouviam as respirações e o som dos pés a tentarem não fazer barulho.
A Maria foi a primeira escolhida como caçadora. Ficou de costas, contando até trinta, enquanto as outras crianças se encolhiam em cantos e atrás de móveis. O quarto, agora imerso numa escuridão total, parecia um labirinto. Cada pequeno movimento ecoava, criando a ilusão de que algo ou alguém se movia nas sombras.
“Pronto, aí vou eu!”, disse Maria com um riso nervoso. Tacteava o ar, os braços estendidos à procura de qualquer sinal dos amigos. As excitações misturavam-se nas suas mãos trémulas. De repente, ouviu um suspiro baixinho e virou-se, tentando seguir o som.
Ao fundo, Pedro estava escondido debaixo da cama, a tapar a boca para não rir. No outro canto, Luísa agachava-se atrás do armário, tentando não respirar muito alto. O quarto parecia mais vasto do que nunca.
Maria aproximava-se lentamente, até que, com um movimento rápido, agarrou o braço de alguém. “Apanhei-te!” Um grito abafado encheu o ar. Todos explodiram em risadas e a luz voltou, revelando os rostos corados e ofegantes.
17 de outubro de 2024
MARCAS DO TEMPO
Para João, um velho relojoeiro que vivia sozinho numa casa velha à beira da vila, a festa natalícia não lhe trazia a mesma felicidade que para os outros.
A sua loja já teve melhores dias. Com as novas tecnologias, eram poucos os que se preocupavam em consertar os seus relógios. Era viúvo há mais de uma década e passava os dias em silêncio, na companhia destes marcadores do tempo.
Naquela noite, enquanto todas as casas se preparavam para a consoada, João estava sentado a consertar um velho relógio de bolso. Os ponteiros moviam-se lentamente, o som do tique-taque parecia mais alto do que o habitual e o mecanismo do relógio estava ligeiramente enferrujado.
Do lado de fora, as crianças brincavam e os jovens cantavam as canções
de Natal. João suspirou, a pensar em como a sua casa costumava estar cheia, com
risos, as conversas e o cheiro da comida da sua mulher a encher cada canto.
Agora, a solidão era a sua única companhia.
De repente, um leve toque na porta tirou-o dos seus pensamentos. Era
tarde e João não esperava ninguém. Ao abrir, viu uma menina pequena,
com sete anos, envolta num casaco grande demais para o seu corpo.
“Boa noite, mestre. O meu relógio parou e o meu avô disse que o senhor é o melhor relojoeiro da vila. Pode consertá-lo?” perguntou a criança morena, estendendo-lhe um pequeno relógio de pulso, com uma fita gasta.
João sorriu, surpreso. Fazia muito tempo que alguém não o procurava para consertar um relógio, ainda mais uma criança.
“Claro, entra, menina. Vamos ver o que se passa”, disse-lhe, levando-a para o calor da oficina.
Enquanto trabalhava, a pequena criança contou-lhe que o relógio
pertencia à sua mãe, que tinha falecido havia pouco tempo. “Ela dizia que
este relógio nunca parava, que o período dele era especial, como os
nossos momentos juntas”, disse-lhe com os olhos cheios de lágrimas. “Mas
agora ele parou.”
João sentiu um nó na garganta. Aquela rapariga tinha perdido a mãe, mas ainda assim trazia consigo uma esperança simples e inocente, o desejo de ver o relógio da mãe a funcionar novamente. Ele ajustou as engrenagens e com um pequeno movimento do pulso, as batidas voltaram.
“Pronto, está como novo”, disse João, entregando o relógio
à menina, que sorriu, agradecida.
“Obrigado, senhor. A minha mãe dizia que, enquanto o relógio funcionasse, ela
estaria sempre comigo. Agora sei que ela está.”
João acenou, emocionado e viu a menina desaparecer pela
neve. Quando fechou a porta, sentiu algo diferente no ar. Os cliques dos
relógios na sua oficina parecia mais reconfortante e familiar.
Percebeu que, mesmo que as pessoas se vão, as memórias e o amor que partilhamos
permanecem, a marcar os ponteiros do coração.
8 de outubro de 2024
Conto dramático sobre o mau tempo
O céu estava cinzento há dias. O vento uivava incessantemente, batendo contra as portas e janelas como se quisesse entrar, enquanto o país inteiro parecia preso numa tempestade sem fim. As ruas, outrora movimentadas, estavam desertas, tomadas por poças e lençóis de água e detritos arrastados pela força implacável das chuvas. O som das sirenes ecoava de longe e as notícias transmitiam, em tom grave, o rastro de destruição que o mau tempo deixava. E diziam que o pior ainda estava por vir.
Na aldeia de Pedrógão, a chuva transformou o pequeno rio numa corrente furiosa, que invadiu as casas e arrastou o que encontrou pela frente.
Maria, uma mulher de oitenta anos, assistia impotente ao seu jardim a ser engolido pela lama. O lugar onde plantara flores durante décadas estava agora submerso, irreconhecível e com ele, o passado que tanto valorizava.
Na cidade, as luzes intermitentes revelavam o caos – bairros sem eletricidade, a água por todo o lado, autocarros e carros atolados e os ventos fortes levavam telhados como se fossem de papel.
Os hospitais estavam lotados, as equipas de resgate exaustas. O país, de norte a sul, parecia estar de joelhos perante a força incontrolável da natureza.
Enquanto as pessoas se refugiam, à espera por uma trégua e o sentimento de impotência cresce. Nada se podia fazer. O mau tempo assola não só a terra, mas também o coração de um povo que, na esperança de dias melhores, tenta resistir à escuridão.
25 de setembro de 2024
Devaneio Inflamável!
A dinâmica "Luzes da Escrita
" teve morte, sangue e algum suspense misturado.
⭐O exercício é: escrever um mini conto de terror, com até 150 palavras e com o tema «fazer pior»;
😜 estas noites já não são trabalho... são um prazer! Meu mini conto:
Estava encostada à berma da bomba de gasolina, terminando uma conversa com uma amiga de longa data ao telemóvel. Ríamos de histórias antigas até que finalmente desliguei, pronta para seguir viagem.
Encaminhei o carro para a bomba, distraída pelos pensamentos. Levantei a mangueira sem verificar se estava vazia e de repente, a gasolina jorrou sobre mim. O líquido frio empapou-me as roupas, os sapatos e parte do corpo.
Por um instante, uma imagem aterrorizante passou pela minha mente: alguém acendendo um cigarro. Imaginei o cheiro da carne queimada, o esturricado do meu corpo em chamas, salpicando sangue, tudo por causa daquele pequeno descuido.
Congelei-me, era como se tivesse transformado uma simples distração num desastre iminente. O erro e a sensação de ter feito tudo pior sufocava-me. Até que a jovem senhora da bomba chamou a minha atenção e percebi que era um devaneio. Foi só umas gotas.
22 de setembro de 2024
Mini conto sem verbos...
Desafio que alguém colocou no Facebook, que achei interessante!
Ex: Uma gaiola com cabeça, tronco e membros, morta, sem coração no poleiro. Portinhola aberta e um pássaro de volta da gaiola à vida.
Uma menina na rua, de roupa rasgada, sem comida e sem sapatos.
Sem pai e sem mãe, sozinha neste mundo cruel.
De olhos tristes e lágrimas silenciosas no rosto.
Uma carrinha de apoio aos sem-abrigo e uma sopa quente nas mãos pequenas.
Um pedaço de cartão e um colchão no chão, ali na esquina.
Umas mantas quentes para a noite fria e escura.
E um peluche como única companhia segura.
18 de setembro de 2024
Luz das letras e os provérbios populares
Aproveitei o dia que o Pais arde sem cessar para escrever a narrativa da "Luz das letras", até 300 palavras (316) utilizando um ou mais provérbios populares (8).
Deus ajuda quem cedo madruga e aquele escritor que não é gato escondido com rabo de fora.
Enquanto conduzo de regresso a casa, avisto ao longe perto do horizonte, um sol alaranjado encoberto por uma grande sombra cinzenta. Ao contrário do que dizem, "longe da vista, longe do coração", esta visão enche-me de tristeza. Sinto-me como um cão que ladra, mas não morde, revoltada com as atrocidades humanas.
Agosto passa e tudo parece em ordem: os bombeiros em alerta, as bermas limpas, as vistorias dos terrenos. Mas chega Setembro e com ele o vento, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e a negligência toma conta.
Parece tudo um grande negócio, lucra-se com a madeira queimada e as florestas em cinzas são aproveitadas para plantar sobreiros ou instalar painéis solares. E o resultado? Nada cresce e o desmatamento transforma-se em especulação imobiliária. Em toda à volta crescem casas e depois reclamam do calor e da falta dos espaços verdes, no local aonde um dia já fez parte da natureza.
O velho ditado "cada cabeça, a sua sentença" nunca fez tanto sentido. Há muitas palavras, promessas e planos, mas pouco se concretiza. Os políticos aparecem, o governo se pronuncia, mas a mudança real parece sempre distante.
Quem provoca incêndios pode não ser o único culpado, mas devia sentir na pele o que é estar na linha da frente, combatendo o fogo, “quem brinca com o fogo queima-se”, que sentissem o calor, as queimaduras e o desespero.
O clima está instável. “Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera“, mas parece que a natureza está a morrer aos poucos. Não há árvores suficientes para conter o calor crescente que avança do deserto.
Dizem que "o sol quando nasce é para todos", mas com tanto fumo e cinzas no ar, talvez não seja para alguns. Imaginar que as cinzas representem os animais, as árvores e até as pessoas é doloroso.
Enquanto há vida, há esperança, mas por quanto tempo mais?3 de setembro de 2024
Dinâmica Luz das letras: Um homem terá de escolher uma de duas malas.
Segunda dinâmica: Um homem terá de escolher uma de duas malas. Uma delas é a mala do «passado» a outra a mala do «futuro». Deve escrever uma narrativa até às 300 palavras onde mostre a opção escolhida.Dicas: O que contém? Como é que encontra as malas? Alguém as oferece? Escolhe uma mala ou outra em detrimento do quê?Numa esplanada à beira do mar sereno, sob o calor abrasador do verão, eu estava sentada em frente a um homem, saboreando uma bebida refrescante. A conversa fluía de maneira tranquila, mas, naquele dia, as palavras me escapavam com facilidade. Havia um enigma que rodopiava em minha mente, algo que precisava resolver para esclarecer as dúvidas que me perseguiam.Fixei meu olhar nele e disse calmamente: "Tenho aqui duas malas de cartão, e terás que escolher uma com cuidado. Em uma delas está o passado, onde tens o conhecimento de tudo o que já aconteceu. Sabes como reagir a cada situação, já conheces os caminhos. Na outra, está o futuro, um desconhecido completo. Nada sabes sobre ele. Cada momento será uma nova aventura, cheia de surpresas e incertezas. Qual escolherias? Pensa bem, porque a tua resposta trará uma decisão minha."
Ele ficou em silêncio por alguns minutos, contemplando o mar, como se buscasse inspiração nas ondas tranquilas que iam e vinham. E então, com uma serenidade inabalável, olhou-me diretamente nos olhos e respondeu, sem hesitação:
"Escolho a mala do futuro. Faço essa escolha com a certeza de que terás comigo nessa jornada, ao meu lado, em cada decisão e escolha que a vida nos apresentar. Estarás comigo nos momentos bons e nos difíceis. E, assim como eu, tudo o que for novo para mim será também para ti. Juntos, enfrentaremos o desconhecido, remando na mesma direção, como parceiros de vida."
Aquelas palavras, carregadas de certeza e ternura, tocaram meu coração de uma forma indescritível. E foi assim que decidimos, de forma simples e natural, unir nossas vidas. Tornamos marido e mulher, prontos para o que quer que o futuro nos reservasse, certos de que, qualquer que fosse o destino, estaríamos sempre juntos.
29 de agosto de 2024
Eu sou ELEFANTE CROMADO e gosto de ASSUSTAR TURISTAS AZUIS
Agosto rima com gosto, primeira pessoa do verbo gostar. O eu literário é frequentemente um eu ficcional, um eu falso, um eu-outro. O exercício de ser o outro é a maior qualidade de um escritor, exigindo o mesmo trabalho interpretativo que se exige a um ator. Como agosto rima com gosto, vamos ao desafio de sermos um eu-outro com possibilidade de desvios delirantes e, quem sabe, fantásticos.
DESAFIO:
- Escrever seis frases, consequentes ou não, de exatamente 10 palavras;
- Cada frase obedecerá ao seguinte esquema: EU SOU... (+1 substantivo+1adjetivo) ... E GOSTO DE... (+1verbo+1substantivo+adjetivo);
- O desafio não é a procura de lógica, mas o de criatividade e espanto;
- Exemplo: Eu sou ELEFANTE CROMADO e gosto de ASSUSTAR TURISTAS AZUIS.
Eu sou AVE RARA e gosto de MANDAR BOCAS FOLEIRAS
Eu sou LOUCA PSICOPATA e gosto de BRINCAR COM TESOURAS AFIADAS
Eu sou PESSOA CALMA e gosto de LER LIVROS ROMANTICOS
Eu sou MACACA PELUDA e gosto de FAZER MACACADAS MACABRAS
Eu sou CAMINHANTE DO MUNDO e gosto de MERGULHAR NO PROFUNDO MAR
Eu sou ESPERTA SALOIA e gosto de ARMAR EM AMAZONA ANDANTE
27 de agosto de 2024
Livro «Fernão Capelo Gaivota», de Richard Bach
"A obra é uma metáfora sobre a importância de seguirmos os nossos sonhos e desafiarmos convenções. O livro é uma celebração da individualidade e do autoconhecimento."
A importância da liberdade de fazer o que mais deseja, de voar mais alto e alta velocidade.
A inconformidade dos outros do mesmo bando, fez com que ele fosse banido e que tivesse novas aventuras.
Com amor e perdão consegue dar a volta a tudo e retomar a vida.
22 de agosto de 2024
Dinamica com as palavras escolhidas na "À LUZ DAS LETRAS"
'Não aguento mais!' ou 'atingi o meu limite!' podem ser os desabafos de quem sofre da chamada Síndrome de ‘Burnout’.
Considero ‘Burnout’, uma depressão com incidência no ‘stress’ crónico. A depressão sempre existiu e muito gente já passou por isso. Mas este, junta-lhe o ‘stress’ ou os problemas com o trabalho que gostamos de fazer.
No ano passado, senti isso. Descontente com algumas coisas que aconteceu com o trabalho e retive dentro de mim. Engolia em seco, entregava-me aos jogos de telemóvel, perdia a calma e irritava-me com outras pessoas, somente para não ter maiores problemas. E com isso, provocava-me problemas com a saúde, voltei a ter problemas com o estômago, dores de cabeça que passou a ser todos os dias e as tonturas vinha do nada.
Comecei a pensar que tenho de mudar alguma coisa para ter um pouco de paz e tranquilidade que tanto procuro. Falei com uma amiga que me deu claridade da situação. Tenho de pensar noutras soluções, dar tempo ao trabalho, melhorar a saúde, que é importante e ter uma atividade, um passatempo.
Eu tenho o poder de dar a volta a situação. Sempre fui contra as depressões, contra o não fazer nada e contra os medicamentos que nos deixam fora de nós. Foi quando apareceu esta formação da Escrita da Analita Santos, que me ajudou a desviar a minha mente para outros assuntos. Pegar no meu manuscrito que está na gaveta, há muito tempo e aperfeiçoar a minha linguagem portuguesa, seja para escrever, seja para falar.
Neste momento, o trabalho corre dentro dos possíveis, a saúde melhorou e espero melhorar brevemente. E o manuscrito a correr às maravilhas, a aprender palavras e conceitos novos. Finalmente, a ter sombra para escrever, sol para divagar e navegar nos livros interessantes e emocionantes.
31 de julho de 2024
Livros sem uma vogal
Ouvi no outro dia, no rádio, acerca de livros sem palavras com e (es).
Tínhamos acabado de fazer uma dinâmica sem is:
DINÂMICA MENSAL DE ESCRITA CRIATIVA por David Roque
"A Devastação" é título e tema do livro de Helena Magalhães, autora que transcreve a vida das personagens de modo ácido e realista. A devastação, por ser tão absoluta e intensa, é um excelente tema para uma narrativa visceral. O que pode ser verdadeiramente devastador?
DESAFIO:
- TEMA: a devastação
- SUBTEMA: 1. floresta; 2. metrópole; 3. lar; 4. guerra; 5. doença
- PERSONAGEM: 1. jovem; 2. velho; 3. advogada; 4. camponês; 5. astrónoma;
- Elabore um micro conto de 99 palavras centrado no tema+1 subtema+1 personagem;
DESAFIO: não pode usar a letra "i" (difícil criar sem incluir "is")
TEMPO: mês de julho (até dia 31)
👉Não perca esta oportunidade para estimular a sua criatividade.
Era uma floresta densa, com folhas verdes sem tamanhos certos. As árvores eram altas e esbeltas. A terra estava escura e molhada. Ao entrar, provocava-me uma transformação de emoções.
No chão, estava marcado uma estrada de terra sem plantas que dava para uma casa de pedra e palha, de uma velha de longos anos com grandes saberes.
Contava narrações de devastação de mulheres, com problemas do momento, por exemplo, de quedas de amor, de amores não conectados, de corpos maltratados, de julgamentos, de agressões, de guerra.
Era uma provocação para uma revolta de mulheres contra este mundo cruel.
Sem is ainda se consegue, agora sem es... HMMMM!
Difícil, sim! Acho que não é complicado, mas deverá levar dias e dias de revisão e de troca de palavras.
27 de julho de 2024
Terror... 666?
12 de julho de 2024
Um Momento Transformador
Desafio de Escrita de JULHO: Autoficção
Tema: Um Momento Transformador
Objectivo: Escrever um conto biográfico, com até
300 palavras, baseado num momento transformador da sua vida.
Este desafio deverá misturar elementos reais e
fictícios, criando uma narrativa de auto ficção que capte a essência desse
evento significativo, os sentimentos envolvidos e as mudanças que trouxe.
Regras do Desafio:
Baseado em Factos Reais: A narrativa deve ser
inspirada num momento real da sua vida que tenha causado uma transformação
importante.
Elementos de Ficção: Adicione toques de ficção
para enriquecer a história. Isto pode incluir diálogos imaginários, exageros
poéticos ou a introdução de personagens fictícias que representem sentimentos
ou desafios internos.
Estrutura: O conto deverá ter um início, meio e
fim claros.
Deve incluir uma reflexão sobre como o momento
narrado moldou a personalidade e visão do mundo do autor (sem ser moralista).
Estilo: Use uma linguagem envolvente e pessoal. A
narração pode ser em primeira pessoa para aumentar a proximidade com o leitor.
Inclua descrições vividas que ajudem o leitor a visualizar as cenas e a sentir
as emoções vividas.
Limite de Palavras: O conto deverá ter exactamente 300 palavras.
Dicas para a Escrita:
Escolha um Momento Central: Pode ser uma decisão
importante, um encontro inesperado, uma mudança de ambiente ou uma realização
pessoal significativa.
Detalhes Pessoais: Insira detalhes específicos que
tornem a narrativa autêntica e pessoal.
Equilíbrio: Mantenha um equilíbrio entre os factos
reais e os elementos de ficção para criar uma história coesa e interessante.
11 de julho de 2024
"A luz das letras"
⭐Abre um livro que tenhas perto de ti;
⭐Procura a página que representa o dia do teu aniversário (ontem
procuramos a pág. 10) ;
⭐O primeiro parágrafo dessa página dará o mote para uma narrativa de
300 palavras;
⭐Narrativa escrita em 30 minutos.
O resultado foi: Do livro de Valter Hugo Mãe. «O Deus da Escuridão»; pág. 10; O nascimento do Pouquinho: Verão de 1981. Os resultados foram fantásticos 😍
O meu texto em relação ao livro que estou a ler: A caixa de truques!
7 de julho de 2024
Dinamicas
Nesta sessões de escrita criativa, vão aparecendo dinâmicas que nos mexem os neurónios:
Sugeriram um filme. E perguntam qual o evento instigador? Qual a personagem? E a franqueza e ferida emocional? Quando motivo, neste caso o relógio era importante?
Desperta-nos a curiosidade e atenção para focar nos objectivos. Vi o filme e tirei as conclusões:
https://larita-caramela.blogspot.com/p/o-evento-instigador.html
Mas acabei por fazer o mesmo a outros filmes e livros. E ao tentar ficar em certos objectivos e intenções, perde-se outros...
Veja este video:
https://www.youtube.com/watch?v=FzeXeXR9cCs
Interessante e cativante!
2 de junho de 2024
Dinâmica da Escrita
Tomar como mote este trecho poético da poetisa brasileira Francesca Cricelli:
«A mulher dirige-se à montanha todas as manhãs / como uma peregrina segue ao santuário»;
-Responder sequencialmente a cada pergunta do LEAD, sem mostrar a pergunta: O Quê? Quem? Quando? Onde? Como? Porquê?;
-Usar exatamente sete palavras em cada resposta;
-Pontuar cada resposta com um ponto final.
Imagem da senhora dirigindo-se à montanha.
Mulher peregrina determinada na sua jornada diária.
Todos os santos dias, sem excluir nenhum.
Na montanha majestosa, imponente, desafiante e transcendente.
A caminhar transmitindo conexão com a natureza.
Refúgio sagrado, onde se encontra consigo mesma.