No silêncio pesado da casa,
onde o cansaço se agarra como sombra,
o fio agora é elemental:
água, fogo, vento e terra.
Uma tapeçaria de forças que sustenta o mundo,
que queima ao toque e ilumina ao olhar,
dançando com aurora, noite e eternidade.
Entre inundações de preocupações
e explosões que rugem como vento,
entre pedras que teimam em cair
e luz que se infiltra por frestas antigas,
o fio permanece,
curvo, tenso, pulsando, mas intacto.
Respira.
Aguarda.
Espera.
Sobrevive.
Quando o próximo ciclo acender sua luz,
ele brilhará, silencioso,
tecendo chão firme sob pés cansados,
costurando palavras,
tecendo silêncio em canto,
costurando corpos em coro,
entre sombra e sol, água e fogo, vento e terra,
entre o que explode e o que se acalma.
O fio não termina
ele é chão, teto, poema,
linha que percorre tudo,
pulsando para além da página,
no corpo, na voz, no espaço que respira.
Comentários