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11 de junho de 2017

Radiação ultravioleta atinge pico de intensidade

Não se vêem, não se sentem e, no entanto, causam cancro da pele, cataratas e diminuem a eficácia do sistema imunológico, entre outros problemas. Estamos a falar das radiações ultravioletas que atingem esta semana um pico de intensidade em Portugal. O Instituto de Meteorologia prevê índices entre os nove e onze, sinal de proibição à exposição solar sem protecção.
Os índices de raios ultravioletas (UV) atingem os valores mais elevados desde sábado, prevendo-se uma ligeira diminuição para hoje, voltando a subir amanhã. Isto porque é a altura do ano em que o sol está muito alto e o ozono é menos abundante. A maior intensidade dos UV nada tem a ver com as elevadas temperaturas do ar atingidas esta semana. "Há factores coincidentes, mas não há uma relação casual", explica o meteorologista Diamantino Henriques.
A prova é que o maior índice de ultravioletas regista-se na Madeira (11), que tem temperaturas na ordem dos 25 graus, enquanto o Continente, com uma onda de calor que atinge os 35 graus, tem um nível de radiação inferior.
A radiação UV é cada vez mais preocupante porque está a diminuir o ozono atmosférico, que é o único gás que absorve de forma significativa os raios. "A natureza não é capaz de repor a camada de ozono à mesma velocidade com que é destruída, logo é previsível que se venham a verificar valores mais elevados de radiação ultravioleta de ano para ano", diz Diamantino Henriques. Os actuais índices de UV nos Açores e a Madeira devem-se, precisamente, a uma invasão de ar tropical estratosférico menos rico em ozono.
O maior problema, alertam os médicos e físicos, é que os raios ultravioletas não se sentem, ao contrário do que acontece com os infravermelhos. Neste último caso, o desconforto causado pelo calor leva a que as pessoas procurem uma sombra e a protegerem-se com roupa, chapéu e protectores solares.
Mesmo em dias de nevoeiro, podem apanhar-se queimaduras solares, porque a exposição aos ultravioletas é mais prolongada que num dia em que o céu está limpo. "A ultravioleta emite uma energia muito pequena, mas é muito eficaz para o efeito da queimadura na pele, por exemplo", diz Diamantino Henriques.
Um estudo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia concluiu que a maioria dos inquiridos não sabe definir raios UV e apenas 37,9% indicam que as lentes escuras com protecção eram a medida mais indicada para proteger os efeitos nocivos deste tipo de radiação. 
 
Doenças
Os raios UV são um dos principais factores ambientais responsáveis pelo desenvolvimento do cancro da pele, incidência que está a aumentar em Portugal. Estima-se que existam oito novo casos de melanoma (cancro da pele mais temível) por cem mil habitantes por ano, segundo dados do Instituto Português de Oncologia.
O olho é outro órgão do corpo muito afectado pelos UV. A radiação conduz à destruição parcial ou total dos fotos receptores da retina, provoca queimaduras oculares na pálpebra, aumenta o risco de desenvolver cataratas e provoca de degenerações com a idade.
Os índices de UV vão manter-se elevados durante em Julho, prevendo-se que decresçam em Agosto, mês em que são esperadas intensidades entre os oito e os nove, continuando a diminuir gradualmente.

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