Avançar para o conteúdo principal

Doomsday- juizo final


Do britânico Neil Marshall, realizador de dois filmes que atingiram rapidamente o estatuto de culto: Dog Soldiers em 2002 e The Descent - A Descida em 2005, chega agora ás nossas salas de cinema (com praticamente um ano de atraso) Doomsday - Juízo Final, com Rhona Mitra (Underworld: Rise of the Lycans) como protagonista principal. O filme conta também com as interpretações secundárias de Bob Hoskins, Malcolm McDowell, Alexander Siddig, David O'Hara e Craig Conway entre muitos outros.

Depois da feroz e sanguinária alcatéia de lobisomens em Dog Soldiers e da tensa claustrofobia levada ao extremo em The Descent, o realizador e argumentista apresenta-nos agora um thriller de acção futurista pós-apocalíptico.

Em 2008, devido a um súbito surto de um novo vírus mortal, a Escócia fica isolada e mantida em quarentena. Mas quando passados 30 anos o vírus começa a infectar Londres, os líderes políticos ordenam o envio de uma equipa militar, liderada por Eden Sinclair (Rhona Mitra), em busca de uma cura evidenciada por alguns sobreviventes. Na Escócia infectada, os militares vêem-se confrontados por duas populações distintas de sobreviventes...

Inspirado nas obras de nomes como George MillerGeorge Romero e John CarpenterNeil Marshall cita ao longo de Doomsday filmes como Escape From New YorkMad Max28 Days Later e muitas outras referências de filmes do género. O ambiente futurista e pós-apocalíptico mistura-se (mais lá para o meio) com um ambiente medieval que parece vir directamente de um épico. Esta concepção inicial - um filme futurista medieval - foi o ponto de partida do realizador para este projecto, que tinha em mente um combate de um 'soldado do futuro' contra um cavaleiro medieval.

O filme é difícil de classificar, é mais fácil admitir que se torna rapidamente num guilty-pleasure. Não é mau, mas volto a referir que não traz nada de novo, como disse parece uma colagem de vários filmes do género, e isto vindo de Neil Marshall fica-se com um vazio enorme e esperava-se muito mais...

Por outro lado, Doomsday é um filme que conforta e entretêm, que se pode considerar como um tributo aos filmes de série-b dos anos 80 e isso é algo que o realizador não esconde. Além disso temos a Rhona Mitra que rouba as atenções todas, num papel carismático e que lhe assenta que nem uma luva. Portanto apesar de Doomsday não surpreender é uma excelente homenagem ao género, e é para os fãs.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fio escondido de esperança

No silêncio pesado da casa, onde o cansaço se agarra como sombra, o fio agora é elemental: água, fogo, vento e terra. Uma tapeçaria de forças que sustenta o mundo, que queima ao toque e ilumina ao olhar, dançando com aurora, noite e eternidade. Entre inundações de preocupações e explosões que rugem como vento, entre pedras que teimam em cair e luz que se infiltra por frestas antigas, o fio permanece, curvo, tenso, pulsando, mas intacto. Respira. Aguarda. Espera. Sobrevive. Quando o próximo ciclo acender sua luz, ele brilhará, silencioso, tecendo chão firme sob pés cansados, costurando palavras, tecendo silêncio em canto, costurando corpos em coro, entre sombra e sol, água e fogo, vento e terra, entre o que explode e o que se acalma. O fio não termina ele é chão, teto, poema, linha que percorre tudo, pulsando para além da página, no corpo, na voz, no espaço que respira.