Avançar para o conteúdo principal

Aniversário

É com grande sentimento e dificil deixar uma certa casa, a casa aonde sempre vivemos de modo feliz e satisfeito.

Muito deste sentimento pela casa é porque a nossa família “cobriram” até os alicerces da casa com as nossas próprias essências. Aonde existem momentos, recordações, em cada canto da casa.

São momentos inesquecíveis do passado.

A sensação de partida é a de se deixar um animal amigo á mercê de seus novos donos.
Mas dei tempo, ao meu coração e cabeça para habituar, a novos cantos da nova casa. Presenteie-a com velas cheirosas e coloridas. Em cada canto acendi com uma invocação de saúde, felicidade e prosperidade.

O tempo passa tão depressa,e aqui estou, no aniversário, feliz.
Por ter a minha casinha… as minhas cores, a minha alegria de olhar pela janela, e ver o azul do céu. Sou uma sobrevivente na minha propria casa.

Comentários

Anónimo disse…
Olá Larita,
parabéns pelo teu aniversário. desejo-te uma Vida cheia de dias solarengos para aquecer a Alma, dias frios para enrijecer os músculos e dias de alegria temperados com risos e lágrimas, que são o tempero do Ser.
Achei graça ao post sobre a mudança de casa, também nós estamos finalmente a mudar de casa. é uma sensação estranha deixar a casinha onde moramos 14 anos e onde criámos 2 bebés. Eles estão excitadíssimos com a mudança, n´ós, os grown-ups estamos cansadíssimos.

Um beijinhos muito grande e Boa Sorte para a Vida que aí vem.
Iolanda

Mensagens populares deste blogue

Fala

Na aldeia engolida pela névoa, ninguém falava depois do pôr do sol. Dizia-se que as palavras, libertas no ar frio, ganhavam corpo e voltavam famintas a procurar quem as soltou. Helena não acreditava. O pai ensinara-lhe a chamar o vento com o nome das coisas perdidas, a sombra de um cão, o riso da mãe, o som das campainhas ao longe. Às vezes parecia ouvir resposta. Nessa noite, cansada do medo dos outros, subiu à colina e gritou o nome dele. O chamamento regressou, denso, como se tivesse atravessado a terra húmida. — Helena. Não era eco. Era retorno. O ar tremeu. Da bruma ergueu-se algo que lembrava uma boca feita de sombra e vapor. O sussurro enchia-lhe o peito, puxava-lhe o fôlego para fora. — Deixa-me entrar. As sílabas tocaram-lhe a pele, quentes, viscosas. Escorriam-lhe pelo pescoço, entravam-lhe nos ouvidos, serpentinas de som à procura de abrigo. Tentou falar, mas o ar já não lhe pertencia. Na manhã seguinte, encontraram-na junto ao poço, imóvel. Os olhos, fixos na água, ...