Dezenas de antigos militares prestaram, ontem, homenagem, no Santuário de Fátima, ao tenente-capelão João Ferreira da Silva, o homem que, há 43 anos, em Goa, salvou do fuzilamento cerca de dois mil portugueses. Na celebração eucarística, o padre Francisco Jorge lembrou os militares que, em 1962, "tiveram na sua frente um pelotão de fuzilamento e que, miraculosamente, se salvaram". "Eles salvaram-se e estão aqui para agradecer o dom da vida", sublinhou o capelão que lembrou "Foi devido à fidelidade desse sacerdote que se salvaram dois mil homens. Ele estava ali para morrer por eles".
Numa missa presidida por monsenhor Luciano Guerra, reitor do santuário, e onde pontificava no altar um quadro com a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - que acompanhou sempre um dos ex-prisioneiros -, o padre Francisco Jorge salientou a coragem e a abnegação do capelão João Ferreira da Silva. "Contrariando todas as instruções ele deu um passo em frente e ofereceu-se para morrer em nome dos prisioneiros", referiu. A iniciativa, que incluiu um almoço-convívio, permitiu o encontro de ex-prisioneiros de todo o país, muitos dos quais não contiveram as lágrimas
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