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11 de maio de 2025

Raízes Invisíveis

A primeira coisa que um bebé faz, com consciência, é entregar-se.
Ao peito da mãe, ao calor que a envolve, ao leite que acalma.
À suavidade da tua voz, que abraça os medos.
É em ti que repousa o primeiro sorriso, o primeiro suspiro tranquilo.


Lembro-me, mãe, da tua mão firme sobre a minha,
quando o medo me envolvia como uma noite sem fim.
Lembro-me do teu olhar que dizia "estás segura",
quando o mundo parecia abismo e a dúvida se insinuava.


Os perigos disfarçados, os obstáculos e sombras.
As experiências, boas ou más, ensinam-nos a hesitar.
De ti, mãe, comecei a duvidar, não por tua falta,
mas por que o mundo me tornava vulnerável à dor.

 

Quem perde a confiança, vive no escuro.
O temor cresce, como erva daninha.
Aos poucos, silenciosa, entranha-se no peito,
tomando forma, entupindo os sentidos.


Lembrei-me de ti, nos silêncios que partilhávamos,
no toque que diz mais que as palavras.
Ao voltar a abrir-me para ti e para o mundo,
aprendi a curar as feridas com o mesmo amor que me ofereceste.


Tu, mãe, nunca me deixaste.
Mesmo quando os medos cresciam como raízes profundas.
Foi em ti que aprendi que a confiança não morre, só se transforma.

Hoje, quero crescer dentro de mim, descobrir as correntes invisíveis.


No teu abraço, encontrei a coragem, para continuar.
E, mesmo em cada passo livre, a tua presença ecoa em mim,
como a raiz que me sustenta, como o farol que nunca se apaga.


O teu amor, como uma onda silenciosa, ainda me embala.
E, mãe, tu és o fio invisível, que me liga ao mundo.
Como sempre foste. E sempre será assim.

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