De noite, o silêncio no hospital era quase absoluto, interrompido pelo som fraco das máquinas que pulsavam ritmadamente, como as batidas de um coração distante.
João, de pele pálida, estava sozinho, no fim de um corredor vazio e mal iluminado. Os médicos e enfermeiros tinham desaparecido, e cada tentativa de gritar era abafada pela dor crescente na sua garganta.
Do quarto vizinho, ouviam-se sons. Levou um instante até perceber que se moviam em círculos, num ritmo irregular. Um aperto tomou o peito de João ao entender que não eram passos humanos. Ouvia-se um arrastar lento e denso, como algo viscoso a mover-se.
Ele fechou os olhos, mas a porta rangeu-se e um cheiro forte a mofo e decomposição invadiu o ar. Algo estava ali, à espreita, invisível e intensamente presente, e enquanto o horror se aproximava, sentiu que o seu próprio fim estava perto.
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