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SEMANAS PARA MUDAR UMA VIDA
AUGUSTO
CURY
Mas
qual é o nosso maior tesouro? O que deveria ocupar o centro de
nossas atenções? O carro, a casa, o trabalho, o dinheiro, as
roupas, as viagens? Não!
A
vida! Sem ela, não temos nada e não somos nada. E sem qualidade de
vida, ainda que estejamos vivos, não temos sentido encanto, saúde e
prazer de viver.
Há
graves contrastes nas sociedades modernas que estão diante dos
nossos olhos e não enxergamos. Protegemos nossas casas com grades
nas janelas e com fechaduras nas portas, mas não sabemos como
proteger nossa emoção contra as preocupações e dificuldades da
vida.
Milhões
de pessoas acordam cansadas, não aquietam sua mente, se tornaram
máquinas de trabalhar. São vítimas do sistema social, não param
de pensar, não viajam para dentro de si mesmas.
Todo
esse corpo de argumentos revela a necessidade vital e urgente de um
programa de qualidade de vida que tenha profundidade e
praticabilidade, capaz de ser aplicado amplamente nas mais diversas
áreas da sociedade.
Procure
a sabedoria, pois a vida é muito breve. Vivemos a vida como se ela
fosse interminável.
Mas
ela é tão breve. Entre a meninice e a velhice há um pequeno
intervalo de tempo. Olhe para sua história! Os anos que já viveu
não passaram muito rápido?
“A
vida é tão breve como os raios de sol que surgem sorrateiramente na
mais bela manhã e se despedem subtilmente ao anoitecer
sem deixar vestígios…”
A
nossa espécie, em particular as sociedades modernas, está adoecendo
coletivamente. Enumerarei apenas alguns pontos em que fundamento
minha preocupação e a necessidade do projeto deste livro:
1-A tristeza e a angústia estão aumentando. A indústria do lazer
está expandindo. Nunca tivemos uma fonte de estímulos para' excitar
a energia emocional como na atualidade. A indústria da moda, os
parques temáticos, os jogos desportivos, a Internet, a televisão,
os estilos musicais e a literatura explodiram nas últimas décadas.
Esperávamos que nossa geração fosse a que vivesse o mais intenso
oásis de prazer e tranquilidade. Nós nos enganamos, jamais fomos
tão tristes e inseguros.
2-A solidão está se expandindo. As sociedades estão adensadas. No
começo do século XX, éramos um pouco mais de um bilhão de
pessoas. Hoje, só a China e a Índia têm cada uma, mais de um
bilhão de pessoas. Por vivermos tão próximos fisicamente, a
solidão seria estancada. Mas nos enganamos novamente, a solidão nos
contaminou. As pessoas estão sós nos elevadores, no ambiente de
trabalho, nas ruas, nas praças desportivas. Estão sós no meio da
multidão.
3-O diálogo está morrendo. Muitos só sabem falar de si mesmos quando
estão diante de um psiquiatra ou psicólogo. Pais e filhos não
cruzam suas histórias, raramente trocam experiências de vida. A
família moderna está se tornando um grupo de estranhos, todos vivem
ilhados em seu próprio mundo.
4-As discriminações chegaram a patamares insuportáveis. Perdemos o
sentido de espécie, estamos indo contra o grito de mais de 100
bilhões de células e contra o clamor do fantástico funcionamento
da mente que nos acusam de sermos uma única e intrigante espécie.
Mas, infelizmente, nos dividimos, discriminamos e excluímos. Não
honramos o espetáculo das ideias, nossa capacidade de pensar.
5-Os pensadores estão morrendo. Os estudantes no mundo todo estão se
tornando, em sua grande maioria, do ensino fundamental a
universidade, uma massa de repetidores de informações e não de
pensadores que amam a arte da crítica e da dúvida. Aprendemos a
explorar os detalhes dos átomos e as forças que regem o Universo,
mas não sabemos 8 explorar o mundo de dentro. Temos informações
que uma geração jamais teve, mas não sabemos pensar, transformar a
informação em conhecimento e o conhecimento em experiência.
6-A qualidade de vida está se deteriorando. Quanto pior a qualidade da
educação, mais importante será o papel da psiquiatria no terceiro
milénio. Apesar dos avanços da medicina, da psicologia e da
psiquiatria, o normal tem sido ser ansioso e stressado e o anormal
tem sido ser tranquilo e relaxado. As ciências da psique têm focado
o tratamento e não a prevenção. Nada é tão injusto como produzir
um ser humano doente para depois tratá-la, produzir as lágrimas
para depois aliviá-las.
Esses
seis argumentos não são pessimistas, mas realistas. Muitos se
importam com sua própria vida; eu, apesar de ter vários defeitos,
tenho aprendido a me apaixonar pela espécie humana e a amar as
pessoas.
Um
programa que, se aplicado, expandisse o prazer de viver, superasse a
solidão, promovesse o diálogo interpessoal, estimulasse a formação
de pensadores, enriquecesse a arte de pensar, debelasse o câncer da
Discriminação e prevenisse a depressão, a síndrome do pânico, os
transtornos ansiosos, o stresse, a violência social. Enfim, um
programa que promovesse os amplos aspectos da qualidade psíquica e
social. Por isso, durante longos anos, produzi o PAIQ - Programa da
Academia de Inteligência de Qualidade de Vida
“UMA
JOIA ÚNICA NO TEATRO DA EXISTÊNCIA...”
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