Há coisas que faço que nunca fiz,
há coisas que digo e nunca disse,
há coisas que sinto que nunca
senti.
Não conheço este caminho,
sinto-me perdida tantas vezes
e tantas vezes me encanto com o
perder-me,
como me desencanto com os
desencontros do que se diz, se sente e se faz.
Neste caminho que se vai fazendo
debaixo dos meus pés, procuro as minha fronteiras de ti,
procuro onde eu acabo e nos
começamos, desencontro-me de mim e encontro-me em ti, em nós.
Sou o que não sabia ser, o que
pensava saber, sem saber que nunca se sabe ser afinal.
Eu sou o nós, tu és o nós, somos
o mesmo no nós que não existe, mas que somos.
E eu não percebo isto, de ser eu
e ser tu ao mesmo tempo. De ser tu e não deixar de ser eu.
Não encontro no mapa as
fronteiras para sair deste caminho para fora de nós. Para fora de mim.
É o nós que me dá o nó.
E é o nó a tentar ser laço.
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