quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A importância do toque

A necessidade de tocar e ser tocado é tão vital ao homem quanto comer, beber, dormir e comunicar-se.
O toque, hábito milenar, é a mais íntima forma de comunicação.
Todo ser vivo - animal ou vegetal - carece de comunicação, necessita expressar-se de alguma maneira com o mundo e seu meio ambiente.
O toque é a maneira mais rápida para que essa comunicação se torne possível.
Em outras palavras, o toque é a confirmação operacional da comunicação.
A comunicação através do toque acontece imediatamente, independente de idiomas, credos, raças e sexo.
O homem é faminto de contato físico, assim como os animais.

Conhecer essa realidade já seria o bastante para explicar as razões que levam as pessoas, cada vez mais, a terem um animal de estimação em casa.
É muito interessante sentir esses animaizinhos solicitarem carícias.
Muitos dos problemas emocionais da maturidade ocorrem pela falta ou pela escassez do contato físico com os pais, já a partir do nascimento.

Pais que não receberam dos seus a devida atenção, certamente também não a darão aos seus filhos, originando um círculo vicioso, que só terá fim quando chegarem as informações necessárias para eliminar a falta dessa coisa tão simples, fácil, importante e gostosa que é a comunicação física.
A busca do toque pode ser o resgate de uma vida stressante.

Nada mais aconchegante e tranquilizador, do que ser recebido em casa, após um dia de trabalho, com um abraço, um afago, um beijo, das pessoas queridas.
Um abraço tem efeito terapêutico, os braços são extensões do coração.
Se prestarmos bem atenção, poderemos observar no nosso dia-a-dia, que existem pessoas com sérias dificuldades em tocar ou em permitirem se deixar tocar.

São elas as que mais se ressentem da escassez de toque na infância.
Sempre haverá, entretanto, uma maneira de compensar essa falta.
Sabe-se que o compulsivo sexual busca no sexo uma compensação pela falta de qualidade na comunicação física.

Essas pessoas, em geral, só tocam e se permitem tocar na hora do sexo.
Existem estudos que comprovam que as pessoas agressivas e briguentas agridem e são agredidas para que o contato físico seja possível de alguma forma.
Um gesto de afeto, de carinho ou o toque costumam desbloquear emoções.

Não é à toa que, ainda que pareça agressivo, seja necessário uma palmada para acalmar e trazer de volta à realidade pessoas em desespero.
Autores e dramaturgos utilizam este recurso à exaustão, que sempre funciona, pois espelha a verdade.
O corpo humano, inconscientemente, expressa as emoções nos seus gestos.

O que dizer de pessoas que cruzam os braços quando conversam?
Estarão tentando evitar um contato mais próximo?
E as pessoas que num simples apertar de mãos não colocam firmeza?
Seria timidez ou uma maneira de demonstrar problemas relacionados com contato físico?
Não é interessante quando duas pessoas se abraçam afastando as partes pélvicas?
Seria a manifestação de algum tipo de preconceito?
A mão é o órgão mais importante nessa engrenagem toda.

É ela que toca.
Se o braço é a extensão do coração, as mãos são a ponta dos sentimentos.
As massagens anti-stress e os tratamentos estéticos, em que as mãos são usadas, estão sendo cada vez mais procurados.

E não por acaso, afinal suprem a necessidade de toque de que todos necessitam, ao mesmo tempo em que relaxam.
O toque é mágico, desmonta armaduras que as pessoas se impõem.

É impossível permanecer insensível a um gesto de carinho.
O toque é a grande arma da paz.


Autoria: Olga Carla Dias

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