Avançar para o conteúdo principal

Elevador da Bica

O Elevador da Bica, ou Ascensor da Bica, é um funicular localizado na Rua da Bica de Duarte Belo, na Bica, em Lisboa. É propriedade da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, e estabelece a ligação entre o Largo do Calhariz e a Rua de São Paulo, defrontando uma das encostas mais íngremes da cidade.



A concepção do Elevador da Bica foi do engenheiro português Raoul Mesnier du Ponsard, responsável também por numerosos projetos similares, e a inauguração deu-se a 28 de Junho de 1892.
 

Era inicialmente movido pelo sistema de contrapeso de água (o carro que ia iniciar a descida enchia um reservatório de água, situado no tejadilho; com a força resultante deste peso suplementar, aliada à força gravitacional do plano inclinado, rebocava o carro da subida) e pelo sistema de tramway-cab. Em 1896 passou a mover-se a vapor e, posteriormente, em 1914 procedeu-se à sua electrificação. Nesse mesmo ano sofreu um acidente e esteve parado durante nove anos.

Com mais de um século de existência, é o ascensor mais típico da cidade de Lisboa e, embora não tenha a mesma afluência do Elevador da Glória, constitui nos dias de hoje uma das principais atracções turísticas da capital portuguesa.


Devido à sua enorme importância histórica e cultural, o elevador foi classificado de Monumento Nacional em Fevereiro de 2002 (Decreto 5/2002, Diário da República 42, 1.ª série-B, de 19/02/2002).


As duas carruagens, idênticas e numeradas 1 e 2, são compostas por três compartimentos de piso horizontal, desnivelados e de acesso independente. Os compartimentos anterior e posterior contêm os respectivos postos de comando. As entradas e saídas de cada compartimento fazem-se por portas munidas de cancela pantográfica, do lado ocidental de cada carruagem.


Tem capacidade para transportar 23 passageiros, dos quais 9 sentados e 14 em pé. O trajeto é de 283 m, em via de carril duplo encastrado no pavimento de arruamento vulgar, com bitola de 90 cm e fenda central para ligação do cabo.


Este elevador tem duas características que o distingue dos outros elevadores funiculares de Lisboa (Glória e Lavra):

A de a entrada inferior ser feita a partir do interior de um edifício (R. S. Paulo, 234), e não na via pública. A subida inica-se saindo desse mesmo imóvel, pelas traseiras, como se fosse a saír de um túnel.

A de o seu traçado, em cerca de 70 metros, ser partilhado por trânsito automóvel, o que não se sucede em nenhuma das outras encostas (Glória e Lavra). Tal ocorre porque a encosta serve de espinha dorsal do Bairro da Bica, sendo obrigatório circular de automóvel por essa parte da calçada para se aceder a determinadas artérias do bairro. Mesmo assim, o trânsito apenas se faz no sentido ascendente da encosta. Porém, actualmente, o óbvio perigo que uma situação destas representa é bastante reduzido, pois sendo o Bairro da Bica, um bairro histórico (tal como o Bairro Alto, Alfama, Madragoa, etc.), o trânsito, segundo a legislação actual, apenas se resume a moradores.


Esta situação, artisticamente foi utilizada como cenário exterior da segunda versão da telenovela Vila Faia, rodada em 2007 e, transmitida em 2008 e 2009. Por várias vezes, automóveis conduzidos por personagens da trama circulam pela Calçada da Bica.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Santa Luzia

Santa Lúcia de Siracusa (± 283 - † 304), mais conhecida simplesmente por Santa Luzia (santa de luz), segundo a tradição da Igreja Católica, foi uma jovem siciliana, nascida numa família rica de Siracusa, venerada pelos católicos como virgem e mártir, que, segundo conta-se, morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano. Na antiguidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração à Santa Lúcia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma dedicados ao seu culto. O episódio da cegueira, ao qual a iconografia a representa, deve estar ligado ao seu nome Luzia (Lúcia) derivada de lux (= luz), elemento indissolúvel unido não só ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora. É assim a padroeira dos oftamologistas e daqueles que têm problemas de visão. Su...