sábado, 23 de abril de 2011

Sinclair ZX Spectrum

ZX Spectrum 48k
Lançamento:
  • UK 23 de Abril de 1982
Descontinuado:dezembro de 1990 (25 anos)
Sistema operativo:Sinclair BASIC
Microprocessador:Z80 em 3,5 MHz (ou equivalente)
Memória:16 KiB / 48 KiB / 128 KiB
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Sinclair ZX Spectrum foi um dos mais influentes microcomputadores europeus de 8 bits durante a década de 1980. Foi lançado em Inglaterra em 1982 pela companhia Sinclair Research. Em Portugal a sua distribuição começou a ser feita pela Triudus e logo a seguir pela Landry (que foram os primeiros a fornecer manuais em português). No Brasil, a empresa Microdigital produziu o TK-90X, um clone do modelo inglês, e o TK 95, um modelo cuja principal diferença era ser equipado com um teclado semiprofissional (com design claramente inspirado no Commodore Plus/4).
Baseado num processador Zilog Z80-A a 3,50 MHz com 16 KBytes de ROM, o Spectrum estava disponível em duas versões, uma com 16 Kbytes de RAM e outra com 48 Kbytes. Era possível expandir internamente o Spectrum 16 Kb para 48 Kb através da adição de 8 chips de memória e mais uns chips de controle.
O desenhador do hardware foi Richard Altwasser da Sinclair Research e o software (em ROM) foi escrito porSteve Vickers por contrato para a Nine Tiles Ltd, os autores do Sinclair BASIC. O responsável pela aparência final do Spectrum foi o designer industrial Rick Dickinson da Sinclair Research.

Características básicas

Com o nome original de ZX82 a máquina foi rebaptizada ZX Spectrum por Sir Clive Sinclair de modo a realçar o facto deste computador produzir imagens a cores em vez do tradicional preto e branco, como acontecia com os computadores anteriores da Sinclair, o ZX80 e o ZX81.
Como era normal nos micros daquela altura, o Spectrum ligava-se a uma televisão mas, ao contrário dos seus antecedentes ZX80 e ZX81, a imagem apresentava uma qualidade muito melhor. No entanto, as primeiras versões (edições 1 e 2) tinham alguns problemas de estabilidade de cor, que tendia a variar à medida que o computador aquecia.
Apesar de hoje nos parecer algo rudimentar, a imagem do Spectrum era praticamente perfeita para ser ligado a uma TV portátil.
Cores do Spectrum
O modo de texto do Spectrum era constituído por 24 linhas de 32 caracteres, que equivalia a uma resolução gráfica de 256 pixéis na horizontal e por 192 pixéis na vertical. O Spectrum podia produzir 15 cores, 8 cores de base, numeradas de 0 a 7. Preto (0), Azul (1), Vermelho (2), Magenta (3), Verde (4), Cyan (5), Amarelo (6) Branco (7).
A essas 8 juntavam-se mais 7 cores produzidas a partir das cores base mais brilho (BRIGHT), 0 preto BRIGHT era igual à cor base. A imagem gerada pelo Spectrum era guardada em memória logo a seguir ao fim da ROM, ou seja, a partir do byte 16,384. O bitmap ocupava 6 Kbytes (6144) e eram usados mais 768 bytes (32x24) que continham codificada a informação para cor, brilho e flash. Esta estratégia de ter uma resolução de cor diferente da resolução de pixeis conduzia a alguns efeitos bizarros, que eram conhecidos por choque de atributos. Entretanto, esta estratégia foi necessária para acomodar um bitmap de 49152 pontos em 6K de memória, que de outra forma ocupariam toda a RAM disponível.
Provavelmente o factor mais original do Spectrum era o seu teclado de 40 teclas, composto por uma placa de borracha flexível onde estavam moldadas teclas salientes com um formato muito semelhante ao de uma chiclete, (daí o termo teclado chiclete). Esta placa assentava directamente sobre uma membrana plástica onde existiam pequenas bolhas, cada uma delas com um contacto eléctrico na parte superior e outro na inferior. Quando se carregava numa tecla a bolha era comprimida e os dois contactos tocavam-se. Esta membrana e, principalmente, as fitas que a ligavam à placa do Spectrum, eram algo frágeis e eram responsáveis por quase todas as avarias do Spectrum.
Outra característica única do Spectrum era o facto de cada tecla não ter simplesmente uma letra, símbolo ou número, mas também as palavras chave (keywords) doSinclair BASIC. Cada tecla, através da utilização de várias teclas de Shift produzia pelo menos 3 palavras-chave, para além dos caracteres maiúsculos e minúsculos. Este aspecto do Spectrum era bastante criticado, mas apenas por aqueles que não tinham muita experiência na sua utilização. Afinal, o que demora mais tempo, carregar na tecla T ou escrever RANDOMIZE. O facto de não existirem teclas de cursor separadas (o efeito era obtido com CAPS SHIFT + 5, 6, 7 ou 8) nem tecla de apagar (CAPS SHIFT + 0) eram críticas mais válidas, e que eram resolvidas praticamente em todos os teclados de substituição que foram desenvolvidos para o Spectrum.
Em conjunto com o facto de o Spectrum não ter uma ligação para monitor, este teclado foi um dos factores que mais penalizou o Spectrum relativamente à aceitação num mercado mais profissional.
A ausência da ligação para monitor é algo incompreensivel, mesmo considerando que o Spectrum foi desenhado para ser o mais barato possível. Sabendo que os sinais de video necessários até se encontravam presentes no conector de expansão a existência de um plug RCA ou DIN teria custado apenas mais uns cêntimos por computador e produziria uma imagem de qualidade muito superior. Parece que isto demonstra alguma falta de confiança da Sinclair quanto ao futuro que o Spectrum poderia ter fora do mercado doméstico.

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