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27 de fevereiro de 2011

Alcachofras

As alcachofras, originárias da Europa mediterrânica, são da família dos cardos. Na Idade Média eram consideradas afrodisíacas. Contudo, no século XVIII, graças à opinião de alguns médicos, mereceram um estatuto medicinal devido ao facto de serem consideradas eficazes na cura de febres. Mas foi após a Segunda Guerra Mundial que o seu consumo alimentar se generalizou.
São nutricionalmente ricas em potássio, possuem propriedades diuréticas, são purificantes e desintoxicantes. São pois um excelente alimento para quem sofre de hipertensão arterial, gota, reumatismo e artrite.

No centro da alcachofra encontra-se um espinho que deve ser extraído antes de consumir a polpa (ou o "fundo/coração" da alcachofra). No mercado encontram-se alcachofras frescas ou em conserva. Ao comprar frescas deve ter-se em conta que devem ser inteiras, limpas, pesadas e robustas, com as folhas bem fechadas e sem a presença de vermes. Conservam-se no frigorífico no máximo 3 semanas. Quando nas extremidades das suas folhas ou na base surgem manchas escuras é porque as alcachofras já estão muito maduras.
Antes de se confeccionarem devem lavar-se muito bem de forma a largarem a sujidade agarrada às folhas: inteiras ou cortadas ao meio, devem mergulhar-se, viradas ao contrário, em água com sal durante aproximadamente uma hora. Tanto podem ser cozinhadas em água ou no vapor como no microondas ou no forno. Também se podem usar em saladas frias.
Tradicionalmente as alcachofras eram utilizadas como tónico purificador, ajudando o fígado a eliminar as toxinas do sangue. Pensa-se que esta planta auxilia na redução de sobrecargas biliares e hepáticas, o que consequentemente ajuda o aparelho digestivo no metabolismo das gorduras alimentares. Devido à cinarina, uma substância orgânica que estimula a produção de bílis, a alcachofra é pois um excelente legume para aqueles que têm dificuldades em fazer a digestão. Os estudos (Universidade de Friburg, Alemanha, 1979) indicam ainda que a cinarina ou compostos semelhantes presentes na alcachofra podem ser eficazes na regulação dos níveis de colesterol e também dos triglicéridos no sangue.
A alcachofra faz parte da composição de diversos medicamentos, devido às suas propriedades (colerética e antitóxica) sobre o fígado. Além de cozinhada, a alcachofra pode também tomar-se em infusões, sumo (das folhas) ou cápsulas. É pois uma planta com múltiplas propriedades terapêuticas. Trata a fadiga e a anemia, equilibra a tiróide e o pâncreas, regula o metabolismo, melhora o apetite, estimula os movimentos peristálticos, é diurética, elimina edemas e dissolve pedras dos rins e da vesícula.
É uma boa fonte de potássio, ácido fólico, fibras e de vários fitonutrientes como a cinarina, a silimarina e a inulina. Devido à inulina, um complexo de hidratos de carbono não digeríveis pelos seres humanos e com um efeito laxante, pode auxiliar no alívio da prisão de ventre. Esta substância aumenta um tipo de bactérias benéficas do intestino, e diminui as nocivas, favorecendo assim uma flora intestinal saudável. Tudo indica que isso pode reduzir o risco de desenvolver cancro do intestino.

Valor nutritivo de 100 g de alcachofra inteira:
Calorias: 18 cal
Betacaroteno: 40 mg
Cálcio: 39 mg
Cobre: 0,5 mg
Fibras: 4 g
Ferro: 1,0 mg
Folato: 21 mcg
Fósforo: 87 mg
Potássio: 159 mg

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