segunda-feira, 30 de março de 2009

Taverna da Água

Esta 2ª feira às 15:00 visite a Taverna da Água com Ana Aranha da ANTENA3...
"A rainha refresca-se","Caminhos da água", "Caminhos da luz" ou, "Da Patriarcal ao Chafariz do vinho", são exemplos de passeios e visitas guiadas organizadas pelo Museu da Água da Epal, com vista à divulgação da riqueza, da beleza e da monumentalidade do seu património...

Aqueduto das Águas Livres
Atravessar o vale de Alcântara a pé, calcorrear quilómetros por dentro dos corredores do aqueduto em Belas e acabar na cisterna mais bonita de Portugal e arredores, a Mãe d'Água.

A visita
Quem é de Lisboa, já pensou em visitar o aqueduto pelo menos uma vez na vida. E, quem não é de Lisboa também.
Este colosso que observamos em pleno vale de Alcântara, tem uma história peculiar, cheia de peripécias, a começar pela sua solidez. É que foi das poucas obras de vulto que não sofreu nenhuma derrocada durante o terramoto de 1755.

A visita guiada chamada “A Rainha refresca-se” começa Sábado, às nove da manhã, junto à Mãe d’Água nas Amoreiras. Aos poucos, o grupo vai entrando no autocarro que arranca até à primeira paragem: Belas. Já fora da auto-estrada, segue-se por uma velha estrada de traçado paralelo ao aqueduto, conforme se escutam as primeiras explicações da guia.

Torres de Vigia
A cerca de 20 quilómetros a nordeste de Lisboa, o aqueduto apresenta um aspecto totalmente diferente daquele que nos habituou no vale de Alcântara. Praticamente não tem arcos, a pedra é castanha escura e corre pelo campo fora agarrada à terra como uma serpente. Por vezes, apenas se vêem torres de vigia que irrompem do nada, como se fossem uma espécie de grande muralha da China (salvaguardando as devidas distâncias, claro).

Mais adiante, pára-se junto a uma destas torres, que descobrimos não serem de vigia, mas sim clarabóias e, Bárbara, a nossa guia de serviço, decide levar-nos a espreitar uma por dentro. Apanha o molho de chaves e faz correr a pesada porta de ferro verde. Em tempos, já foi de madeira e estava destrancada durante todo o dia para que os habitantes de Belas, Caneças e Queluz, pudessem ir buscar água ao aqueduto.

Lá dentro
Ao entramos, somos surpreendidos. Da rua, dá a impressão de ser um espaço acanhado ou pequeno, mas não. Apesar de estreito, o corredor com cerca de um metro de largura, terá talvez três metros de altura. Nem uma equipa de basket teria problemas nesta visita. O que é bom, pois é difícil ter-se claustrofobia, apesar de tecnicamente nos encontrarmos dentro de um cano de água.

No chão, a água corre por duas calhas de pedra laterais e nós caminhamos sobre lajes de pedra centrais.
No início, parece escuro, mas à medida que os olhos se adaptam percebe-se que as janelinhas gradeadas que se vêm da estrada, permitem a entrada preciosa de luz, criando um ambiente quase minimalista, com feixes de luz quer à esquerda, quer à direita, causando a sensação de serem corredores infinitos. Depois, sente-se sempre a suave brisa que se confunde com o barulho de fundo da água a correr. Quem gosta de arquitectura fica siderado e quem não gosta, também. Um pensamento vem-nos à cabeça “Como pode ser tão feio por fora e tão belo por dentro?” De facto, o contraste é grande.

Vira-se à esquerda, sobe-se umas escadas e estamos na primeira clarabóia. As suas janelas grandes permitem uma maior concentração de luz, e aproveita-se para admirar a decoração. Cá dentro, a pedra é branca e está muito bem ornamentada e, dispostos em semicircunferência, há também bancos de pedra onde nos sentamos. Depois, imaginamos que ir buscar água no século XVIII, afinal não era assim tão dura tarefa. No chão ao centro, está a pia de captação, ou seja, o pequeno tanque redondo feito em pedra que filtrava as impurezas das águas, como os sedimentos de argila.

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