O tempo não se apaga: repousa.
Entre corredores silenciosos, erguem-se estantes como colunas de um templo invisível, guardando séculos de vozes sussurradas em papel. Cada livro é uma raiz de folhas, mas também uma janela, aberta para horizontes que o olhar ainda não alcançou.
Aqui, a palavra não é apenas lida: é sentida no cheiro das páginas antigas, perfume da memória que atravessa gerações. Os passos ecoam suaves no soalho, como se cada visitante fosse também parte da história. É o lugar onde o estudante encontra respostas, o idoso reencontra lembranças e o curioso descobre mundos que nunca pisou.
Não há pressa dentro destas portas. As horas curvam-se como arcos de pedra, lembrando-nos que o saber floresce na paciência. A biblioteca é refúgio contra o ruído do mundo, espaço de continuidade, onde o humano se reconhece como fragmento de um tempo vasto e herdeiro de um saber que não lhe pertence só a ele.
Em Braga, quem por ela passa, leva consigo não apenas palavras, mas o murmúrio de todas as que ainda esperam ser lidas.
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