domingo, 24 de março de 2024

Dores! Saudades!

Sinto-me nostálgica. Sinto a tua falta, Pai.


Tu eras o chefe da família e não engrandecias com o isso, não davas nem de mais, nem de menos. Desde que cumpríssemos as regras básicas. Conversavas com todos, sejam elas ricas ou pobres de espírito ou de sabedoria ou financeiro, sejam de que clube ou religião fossem. Ainda hoje falam de ti, como eras de grandiosidade de homem.
Desde que te foste, não temos um chefe, mas um galo com mania de líder ou dona de casa que manda em todos e seja em que casa for. Sinto-me com vontade de afastar, eu não sou assim e não me apetece guerrear, por uma coisa que não tem sentido.
Critico quem julga os outros com o olhar, pela vida que levam, não sabem por aquilo que já passaram. Existem cicatrizes físicas à vista, outras escondidas e existem cicatrizes emocionais. Somos humanos, somos diferentes, todos temos opiniões diferentes, todos temos experiências de vida. Por sermos diferentes, somos postos de parte?
Sempre tive e gostava de ter família mais presente. Tenho uma família de ermitas. Não se dão com ninguém, com mania de superioridade e orgulho. Será que isso é saudável ou vergonha que dá para a falta de carácter? 
Cheguei aos 50 anos com uma muitas vivências, algumas felizes, outras sofridas e que ainda sofro. Aprendi muitas coisas com realidades presenciadas e vividas. Aprendi que as mudanças fazem parte de nós, ainda se for para melhor. Sei que ainda tenho muito para aprender. 
Tenho ciclos que precisam de se fechar. As grandes mágoas que vem do passado, a imensa solidão que me massacra.  Até quando estas energias são consumidas e não resolvidas.
Estou a abrir uma nova fase de não deixar nada por dizer. Seja falada ou escrita, sei que vai doer, mas a mim, irá doer o triplo. E assim terei, a tranquilidade de coração e de alma que tanto procuro.
Sei que olhas por nós e muitas vezes, sinto os teus toques. Quando ouço um instrumental, seja dueto, seja orquestra, sinto-te perto de mim e momentaneamente fica tudo mais pacifico.
A minha estrelinha cintilante.

Sem comentários: