Avançar para o conteúdo principal

E o amor? Você me pergunta...

E o amor? Você me pergunta. 
O amor, ah, sei lá. 
O amor nem dá para definir direito. 
Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projectos, manias, defeitos, cheiros, gostos. 
Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. 
Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. 
É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar para cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. 
É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-para-ele. 
É não querer mais ninguém para dividir as contas e somar os sonhos. 
É querer proteger o outro de qualquer mal. 
É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. 
É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. 
Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúmes, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. 
O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. 
O amor é uma tentativa eterna...
— Clarissa Corrêa.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fazer catorze anos

É estar entre duas margens: uma já conhecida, a infância que se despede devagar, e outra que ainda assusta, a juventude que se anuncia com promessas e dúvidas. É sentir o corpo crescer antes de a alma estar pronta. É olhar-se ao espelho e perceber que o rosto muda, mas os olhos continuam à procura do mesmo abrigo. O tempo começa a correr de outra forma: mais veloz, mais exigente. Já não basta sonhar, é preciso escolher, decidir e errar.   As vozes dos adultos soam mais distantes, e o coração pede liberdade, mas teme o que ela traz. Há um certo encanto em fazer catorze anos: o mundo parece mais largo, mais profundo, mais intenso. As amizades ganham peso de eternidade, os amores nascem num olhar e morrem num silêncio. Tudo é exagerado: a alegria, a dor, o riso e a lágrima. Mas também há um despertar: a consciência de que o tempo não volta, que crescer é aprender a deixar ir. É começar a caminhar sozinho, com o medo de um lado e a esperança do outro, mantendo o equ...