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9 de fevereiro de 2017

Atropelamentos

Um homem alto, loiro, olhos azuis, entra na esquadra da Damaia e
dirige-se ao policia de serviço:

- Vim-me entregar Sr. Guarda, cometi um crime e desde então não
consigo mais viver em paz!

- E que crime cometeu? - Diz o policia, enquanto tira as algemas do
cinto e dirige-se prontamente para o homem, já a pensar na promoção de
prender mais um vigarista.

- Atropelei um preto numa estrada na Cova da Moura...

- Ora meu amigo, como o Sr. pode se culpar se estes pretos atravessam
as ruas e as estradas a todo o momento?

- Mas ele estava no passeio.

- Se estava no passeio é porque queria atravessar, se não fosse o Sr.
seria outro qualquer. São azares da vida ou mesmo o destino. Já agora,
como está o carro?

- O carro está bem, mas não tive nem a hombridade de avisar a família
daquele homem, eu sou um assassino!!!

- Meu amigo, se o Sr. tivesse avisado haveria manifestação, repúdio
popular, repressão, pancadaria e morreria muito mais gente!
Sinceramente acho-o um pacifista.

- Mas eu enterrei o pobre homem ali mesmo, na beira da estrada...

- Que grande humanista! Enterrar um preto é de benfeitor, outro
qualquer abandonava-o ali mesmo, para ser comido pelos bichos!!!

- Mas enquanto eu o enterrava, ele gritava:- Estou vivo, estou
vivo!!!

- Mentira, mentira!
Esses pretos mentem muito...

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