Avançar para o conteúdo principal

Terramoto em 1755

O sismo fez-se sentir na manhã de 1 de novembro de 1755 às 9:30[1] ou 9:40 da manhã[2], dia que coincide com o feriado do Dia de Todos-os-Santos.

O epicentro não é conhecido com exatidão, havendo diversos sismólogos que propõem locais distanciados de centenas de quilómetros. No entanto, todos convergem para um epicentro no mar, entre 150 a 500 quilómetros a sudoeste de Lisboa. Devido a um forte sismo, ocorrido em 1969 no Banco de Gorringe, este local tem sido apontado como tendo forte probabilidade de aí se ter situado o epicentro em 1755. A magnitude pode ter atingido 9 na escala Richter[1].

Relatos da época afirmam que os abalos foram sentidos, consoante o local, durante entre seis minutos a duas horas e meia, causando fissuras enormes de que ainda hoje há vestígios em Lisboa. O padre Manuel Portal é a mais rica e completa fonte sobre os efeitos do terramoto, tendo descrito, detalhadamente e na primeira pessoa, o decurso do sismo e a vida lisboeta nos meses que se seguiram. A intensidade do sismo em Lisboa e no cabo de São Vicente estima-se entre X-XI na escala de Mercalli[3]. Com os vários desmoronamentos os sobreviventes procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo das águas, revelando o fundo do mar cheio de destroços de navios e cargas perdidas. Poucas dezenas de minutos depois, um tsunami, que atualmente se supõe ter atingido pelo menos seis metros de altura[1], havendo relatos de ondas com mais de metros, fez submergir o porto e o centro da cidade, tendo as águas penetrado até 250 metros[3]. Nas áreas que não foram afetadas pelo tsunami, o fogo logo se alastrou, e os incêndios duraram pelo menos cinco dias. Todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O Sopro da Vida

Às vezes, não há mesmo um aviso. As cortinas do tempo se abrem, nuas, sem música, sem prólogo, só o silêncio e as mãos cruas. Em poucos segundos, tudo cai. O chão que parecia tão seguro se esvai em névoa. E o que era o alicerce torna-se apenas rastro, poeira. Vivemos na ilusão do comando, traçando um plano como um cartógrafo, crendo que a vida é linear e previsível, mas é maré e vento errático. Pensamos demais. A mente pesa. O que virá? O que foi? E se fosse...? Levamos as pedras nos bolsos e esquecemos o instante que nos trouxe. Pensa menos e sinta mais. Sinta o calor do sol sobre a face, o silêncio a dançar entre os sentidos, o riso sem razão, leve e fugaz, o arrepio dos tempos já partidos. A vida é curta e bela, E se a olharmos bem, nem é breve é um sopro. Suspiro entre dois vazios. Aproveitar não é correr, é ser. É colher figos antes que estejam frios. Há beleza no estar, simplesmente, viver com atenção, em alma presente, amar sem rede, sem ga...