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19 de outubro de 2009

O perigo das lâmpadas

Qual o real perigo das lâmpadas para o meio ambiente? Existem pelo menos doze elementos nas lâmpadas que podem causar impactos negativos ao meio ambiente, porém, o grande vilão é o mercúrio, substância que em condições normais transforma-se rapidamente em gás.

O aterro sanitário é hoje o principal destino das lâmpadas ao final de sua vida útil. Lá as substâncias contidas nas lâmpadas contaminam o solo e, posteriormente, os cursos d’água. O mercúrio, nosso grande vilão, é bioconcentrado, ou seja, a contentração de mercúrio aumenta nos organismos animais com a passagem através da cadeia alimentar. Desta forma, ao final da cadeia alimentar a concetração estará muito maior que no início sendo perigosa para o próprio animal ou para quem o consome. A via respiratória é a que mais absorve mercúrio no organismo humano, além da manifestação tóxica dessa substância também ocorrer nas células do sistema nervoso causando tremores nas mãos e comportamentos anormais e introvertidos.

Um dos exemplos de envenenamento por mercúrio acontece nos anos 50 no Japão, quando mulheres foram expostas a altos níveis da substância através do consumo de peixes. O resultado: seus filhos e netos desenvolveram múltiplos sintomas neurológicos como microcefalia e atrofia do cérebro.

Mas não é só nas lâmpadas que o mercúrio é encontrado. Devido às suas propriedades, ele é componente de pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes, entre outros. Segundo estudos da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), o Brasil importa anualmente cerca de 300 toneladas de mercúrio metálico. Já o descarte das lâmpadas gira em torno de 80 milhões de unidades (dados de 2003). Desse total, apenas 3% tem destinação ambientalmente adequada pela destruição e descontaminação.

Quais são as alternativas?
Em termos de matérias-primas, a reutilização das lâmpadas seria a solução mais eficiente, porém ainda não é viável tecnologicamente. No mundo, já existem hoje diversas alternativas para as lâmpadas, entre elas, a moagem com a separação dos componentes. Essa e outras técnicas já são desenvolvidas em diversas empresas no Brasil. Outro fato interessante, é que cerca de 99% dos elementos das lampadas são materiais facilmente recicláveis: o mercúrio pode ser reutilizado na fabricação de novas lâmpadas e termômetros, entre outros; o vidro pode ser utilizado na fabricação de contêiners além de poder ser misturado ao asfalto; e o aluminio, que tem múltiplas reutilizações.

O mais importante a ser feito é não jogar as lâmpadas em qualquer lugar. Procure a Secretaria do Meio Ambiente de sua cidade e verifique o local de coleta das lâmpadas para posterior envio às empresas especializadas na separação dos componentes das lâmpadas.

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