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42 anos depois...

A inauguração da ponte sobre o rio Tejo é, sem dúvida, um dos acontecimentos mais importantes do ano de 1966. O sonho de atravessar o rio "longe da água", sobre rodas, estava concretizado. Quanto ao nome da ponte, Salazar, era uma circunstância cuja época e o poder assim obrigava. Uma ponte que só mais tarde seria rebaptizada para ponte 25 de Abril, precisamente a data que marcou o fim de mais de 40 anos de uma ditadura iniciada pelo próprio Salazar.

Para a operação de transmissão da inauguração da ponte moveram-se, na altura, todos os meios humanos e técnicos possíveis e disponíveis. As estações de televisão espanhola e francesa deram o seu apoio. Ao comando da operação estava o realizador Hélder Mendes, que coordenava 12 câmaras - 6 na margem sul, 3 na margem norte, uma num carro que se movimentava na ponte, outra colocada no topo de um dos pilares da ponte e a última num helicóptero, preciosa ajuda da Força Aérea. A razão do helicóptero foi dada pelas palavras dos organizadores da operação da altura: só do ar se podia dar a noção real da grandiosidade da obra.

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No silêncio pesado da casa, onde o cansaço se agarra como sombra, o fio agora é elemental: água, fogo, vento e terra. Uma tapeçaria de forças que sustenta o mundo, que queima ao toque e ilumina ao olhar, dançando com aurora, noite e eternidade. Entre inundações de preocupações e explosões que rugem como vento, entre pedras que teimam em cair e luz que se infiltra por frestas antigas, o fio permanece, curvo, tenso, pulsando, mas intacto. Respira. Aguarda. Espera. Sobrevive. Quando o próximo ciclo acender sua luz, ele brilhará, silencioso, tecendo chão firme sob pés cansados, costurando palavras, tecendo silêncio em canto, costurando corpos em coro, entre sombra e sol, água e fogo, vento e terra, entre o que explode e o que se acalma. O fio não termina ele é chão, teto, poema, linha que percorre tudo, pulsando para além da página, no corpo, na voz, no espaço que respira.