sábado, 24 de maio de 2008

Os casos de sequestros espectaculares


Polícia austríaca acredita que Josef Fritzl planeou tudo sozinho. A cave, onde fechou a filha durante 24 anos, terá começado a ser pensada em 1978, altura em que pediu autorização para fazer obras. Elisabeth tinha apenas 12 anos de idade nessa altura. O chefe da polícia considera que Fritzl já tinha uma «obsessão» antes de encarcerar a filha e explicou ainda que a extensão serviu como cativeiro não era conhecida pelas autoridades.

A polícia avançou ainda que Fritzl não «terá tido cúmplices» e que tudo indica «ter agido sozinho, enganando tudo e todos». O incesto era um «vício» para Fritzl .

O caso foi revelado depois de uma das filhas que viviam com Elisabeth na cave, Kerstin de 19 anos, ter sido encontrada inconsciente e gravemente doente a 19 de Abril e de o suspeito ter aceitado levá-la ao hospital de Amstetten devido a uma doença genética típica de incesto. Segundo as autoridades, a polícia decidiu interpelar Elisabeth e o pai num dos dias em que saíam do hospital, na sequência de uma informação recebida.

Elisabeth viveu durante mais de 20 anos na cave da casa habitada pelos pais, um espaço de 60 metros quadrados e 1,70 metros de altura, o que levou vários especialistas citados pela imprensa austríaca a questionar o papel da mãe, Rosmarie, actualmente com 69 anos, em todo este caso (Para além da Elisabeth, tem mais 6 filhos com Josef Fritzl).
«A cave é muito funda. Podem gritar o mais alto que puderem que ninguém os ouve».Ocupando uma área de cerca de 60 metros quadrados, a cave estava dividida em três divisões distintas: um quarto, uma cozinha e uma casa de banho. Uma porta de cimento - com fechadura electrónica protegida por código - separava a «masmorra» do resto da casa. Para entrar na cave era preciso abrir e fechar oito portas, o que revela uma elaboração cuidadosa por parte de Fritzl. Sendo que as três últimas, escreve a BBC, tinham um mecanismo electrónico. Uma das portas era de ferro e pesava 1,5 toneladas.

«Não temos qualquer indicação ou confirmação» de cumplicidade da mãe de Elisabeth, disse à imprensa o responsável policial. Franz Polzer disse ainda que as investigações também determinaram que uma carta recente, alegadamente enviada pela filha, anunciando o seu regresso e de dois dos seus filhos à casa dos pais, foi escrita por Josef Fritzl.

Por outro lado, as autoridades partem do princípio de que as cartas recebidas pela família quando três dos filhos de Elisabeth foram deixados, ainda bebés, à porta de casa dos pais também foram ditadas por Fritzl, segundo o mesmo responsável.

Essas três crianças apareceram à porta da casa da família em 1993,1994 e 1997(eram bebés que choravam muito…), segundo Fritzl, abandonadas pela filha para serem educados pelos pais por ela, alegadamente membro de uma seita, não ter condições para o fazer.

Elisabeth, a mulher abusada, foi levada de casa com os seus filhos para um hospital psiquiátrico regional, apresentado um estado psíquico deplorável e dava a impressão de ter mais 20 anos do que a realidade. Esteve cativa durante 18 anos numa cave sem luz natural, sem que ninguém suspeitasse da situação.


Ao sequestro há a acrescentar a suspeita de incesto: segundo os investigadores, a mulher, Elisabeth Fritzl, terá tido sete filhos do próprio pai, todos eles nascidos no subsolo da casa e não registados junto das autoridades.

Três raparigas e três rapazes têm idades entre cinco e 20 anos. Um recém-nascido terá morrido três dias após o seu nascimento, desfez-se do corpo de um filho queimando-o num forno (foi cremado no forno de casa)
disseram os investigadores, que mandaram realizar testes de ADN para mais informações.

Durante uma conferência de imprensa em Amstetten, um porta-voz do ministério público de Sankt-Polkten, Gerhard Sedlacek, qualificou de «credíveis» as declarações de Elisabet Fritzl, que acusa o seu pai de «crimes continuados». Este último, de 73 anos, foi detido e não fez qualquer declaração.


Óculos de sol
Elisabeth e os filhos continuam a receber tratamento e já começaram a habituar-se à luz, mesmo assim dois usam óculos de sol.

De acordo com o jornal espanhol El País, para substituir a luz natural, Fritzl colocou uma lâmpada ultravioleta em tom de azul, na cave e ministrou suplementos de vitamina D a todos os que estavam fechados.

Não quer sair da cela
Em declarações à agência de notícias austríaca APA, citada pela BBC, o director da prisão onde Fritzl está, Guenther Moerwald, afirmou que ele «é um detido calmo e que não causa problemas». No entanto, recusou fazer a rotina de exercícios para reclusos porque «não quer sair da cela».

A Áustria conheceu nos últimos anos vários casos de sequestros espectaculares, entre os quais o caso da jovem Natascha Kampusch, retida por um homem durante oito anos no subsolo de uma casa do subúrbio de Viena, e o de três meninas obrigadas pela própria mãe, doente mental, a viver reclusas durante sete anos, perto de Linz

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