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Invasão do Estado da Índia (1961)

Na noite de 17 para 18 de Dezembro, a União Indiana invadia os territórios de Goa, Damão e Diu.

Apesar da dimensão avassaladora do ataque, as tropas portuguesas portaram-se com grande dignidade, tendo estado muito longe da imagem de debandada que se generalizou na opinião pública portuguesa.

O Estado Português da Índia foi ocupado pela União Indiana em 1961, numa acção que o Governo Português só reconheceu em 1975. Os territórios assim adquiridos foram inicialmente governados directamente a partir de Nova Deli,e posteriormente elevados à categoria de estados, com a excepção de Dadra e Nagar.

Haveli, cuja administração portuguesa a Índia não reconhecia, tendo considerando pois a sua tomada em 1961 como uma "recuperação" e não como uma anexação. Aparentemente nenhuma bandeira local é usada, a exemplo do que acontece em quase todos os estados da Índia.
Iniciada às zero horas de 18 de Dezembro de 1961, a invasão de Goa, Damão e Diu demorou 36 horas. A desproporção era demasiada, com as forças indianas 13 vezes superiores à guarnição portuguesa. O "sacrifício total" pedido por Salazar seria uma tragédia. Assim o entendeu, ao render-se, o general Vassalo e Silva, último governador de uma História de 451 anos. Carlos Azeredo foi um dos militares que participou nos acontecimentos. 40 anos depois, o general foi o guia do Expresso numa visita aos últimos anos da Índia portuguesa.
A vizinha e imensa União Indiana é um vulcão de fervor nacionalista. Independente da Inglaterra desde 1947, antes ainda da libertação já os seus principais dirigentes haviam reclamado a integração dos territórios do Estado Português da Índia: Goa, Damão e Diu. Mahatma Gandhi, o pai da grande nação indiana, fora significativamente o primeiro a declarar que Goa não poderia ficar separada. Esta será uma constante da política do primeiro-ministro Pandit Jawaharlal Nehru, que, em 1950, reivindica formalmente os territórios administrados por Portugal, a quem propõe a abertura de negociações. O governo presidido por Oliveira Salazar recusa, com o argumento de que Goa e os demais territórios fazem parte do todo nacional. Em Goa, Damão e Diu, as manifestações de desobediência civil ou a favor do direito à autonomia ou hindus, são compelidos ao exílio. têm como resposta a prisão, a deportação e a censura. Muitos goeses, sejam católicos.

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