Trabalha. Esforça-te. Não te queixes. Guarda as energias para o que vale a pena. Não desistas. Vence-te. Não queiras menos do que mereces. Se te puserem o futuro num sítio alto para que não consigas lá chegar, faz da tua vontade o maior salto. Não te esqueças de ti e não tenhas medo dos erros. Serão os necessários e os exatos. Não tenhas medo de cair. Se deres o melhor de ti, cairás de pé. Como os gatos.
É estar entre duas margens: uma já conhecida, a infância que se despede devagar, e outra que ainda assusta, a juventude que se anuncia com promessas e dúvidas. É sentir o corpo crescer antes de a alma estar pronta. É olhar-se ao espelho e perceber que o rosto muda, mas os olhos continuam à procura do mesmo abrigo. O tempo começa a correr de outra forma: mais veloz, mais exigente. Já não basta sonhar, é preciso escolher, decidir e errar. As vozes dos adultos soam mais distantes, e o coração pede liberdade, mas teme o que ela traz. Há um certo encanto em fazer catorze anos: o mundo parece mais largo, mais profundo, mais intenso. As amizades ganham peso de eternidade, os amores nascem num olhar e morrem num silêncio. Tudo é exagerado: a alegria, a dor, o riso e a lágrima. Mas também há um despertar: a consciência de que o tempo não volta, que crescer é aprender a deixar ir. É começar a caminhar sozinho, com o medo de um lado e a esperança do outro, mantendo o equ...

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