Avançar para o conteúdo principal

Isto não se vê em Lisboa!!

Estava uma tarde linda, quente, sem vento. Vim do trabalho e fomos passear a cadela pelo caminho de sempre. Costumamos passar por uma quinta, que tem galo e galinhas selvagens, de vez de enquanto vemos nas árvores. Mas desta vez, vimos uma galinha sentada num descampado sem se mexer. 
Eu disse ao meu companheiro: 
— Olha, uma galinha. Está muito sossegada, nem a cadela deu conta dela, passou-lhe ao lado. 
— Será que está a morrer?
— Tem uma boa cara- respondi-lhe — deve estar a descansar. 
E seguimos caminho. Ainda pensei ir avisar o vizinho da galinha, mas não o vimos. 
De volta, procurei pela galinha já não estava no mesmo sitio. 
Estava mais a frente, assim.
Tivemos de colocar a trela na cadela, pois a mãe galinha era capaz de atacar em defesa dos filhotes.
Afinal, escondia os filhotes debaixo dela quando fomos para baixo.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Fazer catorze anos

É estar entre duas margens: uma já conhecida, a infância que se despede devagar, e outra que ainda assusta, a juventude que se anuncia com promessas e dúvidas. É sentir o corpo crescer antes de a alma estar pronta. É olhar-se ao espelho e perceber que o rosto muda, mas os olhos continuam à procura do mesmo abrigo. O tempo começa a correr de outra forma: mais veloz, mais exigente. Já não basta sonhar, é preciso escolher, decidir e errar.   As vozes dos adultos soam mais distantes, e o coração pede liberdade, mas teme o que ela traz. Há um certo encanto em fazer catorze anos: o mundo parece mais largo, mais profundo, mais intenso. As amizades ganham peso de eternidade, os amores nascem num olhar e morrem num silêncio. Tudo é exagerado: a alegria, a dor, o riso e a lágrima. Mas também há um despertar: a consciência de que o tempo não volta, que crescer é aprender a deixar ir. É começar a caminhar sozinho, com o medo de um lado e a esperança do outro, mantendo o equ...