12 de outubro de 2024

Fólio em Obidos

Edição de 2024 do Festival Literário Internacional de Óbidos, a revista literária «PALAVRAR – Ler e escrever é resistir», é apresentada pela Analita na Livraria do Mercado, com Ana Costa, Cláudia Passarinho, David Roque, Gisela Silva, Marco Neves e Maria Leonilda Pereira.

Livrarias com livros novos, antigos e outras coisas. Igrejas e tendas com estantes de livros e apresentação de autores. 
Almoços bem recheadas na companhia de colegas, os futuros escritores e também escritores. Um grupo que acabamos por conhecer no fólio, mas parecia que conhecíamos há muito tempo.
Ginjinha com ou sem elas. Hidromel em canecas de castelo de Óbidos. No fim do dia, um chocolate quente antes da viagem de carro de regresso a casa.

8 de outubro de 2024

Conto dramático sobre o mau tempo

 O céu estava cinzento há dias. O vento uivava incessantemente, batendo contra as portas e janelas como se quisesse entrar, enquanto o país inteiro parecia preso numa tempestade sem fim. As ruas, outrora movimentadas, estavam desertas, tomadas por poças e lençóis de água e detritos arrastados pela força implacável das chuvas. O som das sirenes ecoava de longe e as notícias transmitiam, em tom grave, o rastro de destruição que o mau tempo deixava. E diziam que o pior ainda estava por vir.

 As pontes estavam limitadas, as escolas fechadas, os rios transbordavam e as estradas tornaram-se armadilhas traiçoeiras. As casas inundadas, as árvores caídas e o medo estampado nos rostos das pessoas. Muitos não conseguiam voltar para casa. As famílias separadas, sem saber o destino dos seus entes queridos. O vento parecia arrancar da terra o que fosse mais vulnerável, como se testasse a resistência de todos.

Na aldeia de Pedrógão, a chuva transformou o pequeno rio numa corrente furiosa, que invadiu as casas e arrastou o que encontrou pela frente.

Maria, uma mulher de oitenta anos, assistia impotente ao seu jardim a ser engolido pela lama. O lugar onde plantara flores durante décadas estava agora submerso, irreconhecível e com ele, o passado que tanto valorizava.

Na cidade, as luzes intermitentes revelavam o caos – bairros sem eletricidade, a água por todo o lado, autocarros e carros atolados e os ventos fortes levavam telhados como se fossem de papel.

Os hospitais estavam lotados, as equipas de resgate exaustas. O país, de norte a sul, parecia estar de joelhos perante a força incontrolável da natureza.

Enquanto as pessoas se refugiam, à espera por uma trégua e o sentimento de impotência cresce. Nada se podia fazer. O mau tempo assola não só a terra, mas também o coração de um povo que, na esperança de dias melhores, tenta resistir à escuridão.

5 de outubro de 2024

Possível Criminosa

Estava sentada numa sala fechada com uma mesa simples e duas cadeiras entre quatro paredes, uma porta em frente e uma janela de vidros escuros que só permitia vislumbrar o interior. Estou sozinha e os ecos na minha mente perturbam qualquer vestígio de calma. Irrequieta, esfrego as minhas mãos freneticamente.

O peso das ações era inegável, posso nomeá-las?Não consigo.

Tenho a sensação de que o que aconteceu foi uma mera ilusão ou um pesadelo interminável. Por mais que tente, não consigo livrar-me da sombra do que fiz. Lembro-me de cada detalhe – a luz pálida a entrar pela janela pequena e suja, o sangue nas minhas mãos, o silêncio rasgado por um som estridente que parecia ecoar ainda nos ouvidos.

Engulo em seco. O que faço numa esquadra de polícia?

Ainda não sei se agi por medo ou por uma necessidade estranha de provar algo a mim mesma. A decisão veio de uma forma rápida, quase instintiva, como se no meu interior, tivesse tomado o controle e que tinha deixado pouco espaço para arrependimento ou reflexão. Tento decifrar se a culpa do que sinto é pelo acto em si ou pela minha incapacidade de compreender o motivo real por trás do sucedido.

Será que os inspectores conseguirão perceber o que realmente aconteceu?

O que me assusta é o que posso revelar, não só para eles, mas para mim. Será que realmente fiz o que penso ter feito, ou estou apenas a criar uma narrativa, tentando dar sentido a um caos que nunca deveria ter começado?

E a escuridão parece crescer, tomando conta de tudo. Este é o meu fardo – a constante reflexão e uma verdade que, talvez, jamais seja completamente revelada. A dúvida é um monstro silencioso.

E eu?Eu sou sua prisioneira, sem esperança de libertação.

25 de setembro de 2024

Devaneio Inflamável!

A dinâmica "Luzes da Escrita
" teve morte, sangue e algum suspense misturado.
⭐O exercício é: escrever um mini conto de terror, com até 150 palavras e com o tema «fazer pior»;
😜 estas noites já não são trabalho... são um prazer! Meu mini conto:

Estava encostada à berma da bomba de gasolina, terminando uma conversa com uma amiga de longa data ao telemóvel. Ríamos de histórias antigas até que finalmente desliguei, pronta para seguir viagem.

Encaminhei o carro para a bomba, distraída pelos pensamentos. Levantei a mangueira sem verificar se estava vazia e de repente, a gasolina jorrou sobre mim. O líquido frio empapou-me as roupas, os sapatos e parte do corpo.

Por um instante, uma imagem aterrorizante passou pela minha mente: alguém acendendo um cigarro. Imaginei o cheiro da carne queimada, o esturricado do meu corpo em chamas, salpicando sangue, tudo por causa daquele pequeno descuido.

Congelei-me, era como se tivesse transformado uma simples distração num desastre iminente. O erro e a sensação de ter feito tudo pior sufocava-me. Até que a jovem senhora da bomba chamou a minha atenção e percebi que era um devaneio. Foi só umas gotas.

22 de setembro de 2024

Mini conto sem verbos...

Desafio que alguém colocou no Facebook, que achei interessante! 

Ex: Uma gaiola com cabeça, tronco e membros, morta, sem coração no poleiro. Portinhola aberta e um pássaro de volta da gaiola à vida.

 

Uma menina na rua, de roupa rasgada, sem comida e sem sapatos.
Sem pai e sem mãe, sozinha neste mundo cruel.
De olhos tristes e lágrimas silenciosas no rosto.
Uma carrinha de apoio aos sem-abrigo e uma sopa quente nas mãos pequenas.
Um pedaço de cartão e um colchão no chão, ali na esquina.
Umas mantas quentes para a noite fria e escura.
E um peluche como única companhia segura.

18 de setembro de 2024

Luz das letras e os provérbios populares

Aproveitei o dia que o Pais arde sem cessar para escrever a narrativa da "Luz das letras",  até 300 palavras (316) utilizando um ou mais provérbios populares (8).
Deus ajuda quem cedo madruga e aquele escritor que não é gato escondido com rabo de fora.

Enquanto conduzo de regresso a casa, avisto ao longe perto do horizonte, um sol alaranjado encoberto por uma grande sombra cinzenta. Ao contrário do que dizem, "longe da vista, longe do coração", esta visão enche-me de tristeza. Sinto-me como um cão que ladra, mas não morde, revoltada com as atrocidades humanas.

Agosto passa e tudo parece em ordem: os bombeiros em alerta, as bermas limpas, as vistorias dos terrenos. Mas chega Setembro e com ele o vento, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e a negligência toma conta.

Parece tudo um grande negócio, lucra-se com a madeira queimada e as florestas em cinzas são aproveitadas para plantar sobreiros ou instalar painéis solares. E o resultado? Nada cresce e o desmatamento transforma-se em especulação imobiliária. Em toda à volta crescem casas e depois reclamam do calor e da falta dos espaços verdes, no local aonde um dia já fez parte da natureza.

O velho ditado "cada cabeça, a sua sentença" nunca fez tanto sentido. Há muitas palavras, promessas e planos, mas pouco se concretiza. Os políticos aparecem, o governo se pronuncia, mas a mudança real parece sempre distante.

Quem provoca incêndios pode não ser o único culpado, mas devia sentir na pele o que é estar na linha da frente, combatendo o fogo, “quem brinca com o fogo queima-se”, que sentissem o calor, as queimaduras e o desespero.

O clima está instável. “Por morrer uma andorinha não acaba a Primavera“, mas parece que a natureza está a morrer aos poucos. Não há árvores suficientes para conter o calor crescente que avança do deserto.

Dizem que "o sol quando nasce é para todos", mas com tanto fumo e cinzas no ar, talvez não seja para alguns. Imaginar que as cinzas representem os animais, as árvores e até as pessoas é doloroso.

Enquanto há vida, há esperança, mas por quanto tempo mais?

13 de setembro de 2024

sexta-feira 13

A crença de que a sexta-feira 13 é um dia de azar tem raízes numa combinação de superstições antigas e eventos históricos. Embora não haja uma origem única para essa crença.
O número 13 é considerado azarado em várias culturas. Em muitos casos, é visto como "irregular" ou "incompleto" em comparação com o número 12, que aparece frequentemente na natureza e em sistemas humanos, como os 12 meses do ano, as 12 horas no relógio e os 12 signos do zodíaco.
Na numerologia, o número 12 é frequentemente associado à perfeição e ao equilíbrio, enquanto o 13 é visto como algo que quebra esse ciclo.
A sexta-feira também tem uma reputação de ser um dia de azar em algumas tradições cristãs. Segundo a crença popular, a crucificação de Jesus Cristo teria ocorrido numa sexta-feira, o que reforçou essa percepção negativa do dia.

Factos Curiosos:
Muitas pessoas tomam precauções extras ou evitam certas atividades numa sexta-feira 13 por conta da superstição.
Tal como muita gente, evita passar debaixo de um escadote ou ver gatos pretos.
Em muitos edifícios, o 13.º andar é omitido, assim como o número 13 em fileiras de assentos de aviões.

A crença na sexta-feira 13 como um dia de azar é, na maior parte, uma superstição cultural sem fundamento concreto.
Embora muitas pessoas ainda acreditem que este seja um dia "mau", outras veem a data como uma oportunidade de desmitificar medos ou até brincar com a ideia.
No final, tudo depende da perspectiva pessoal!
Nasci num dia 13 Março, com idade que tenho, já tive 7 sexta-feiras 13
    1981 - De cama com papeira e o meu irmão também.
    1987 - Famoso dia 13, 13 anos e o número 13 no bolo de anos.
    1992 - Atingi a maioridade com 18 anos numa sexta.  
    1998 - Ano em que morreu o meu amigo de 4 patas 'Raid'.
    2009 - Grande festa de casamento do meu irmão, mudança para a minha casa!
    2015 - Nova fase da minha vida a dois!
    2020 - Dia que empresa mandou-nos trabalhar em casa, devido à Pandemia! Estado de alerta foi dada a 16 Março.
A próxima sexta-feira, 13 Março será em 2026.

9 de setembro de 2024

Escandalo

 

O elenco de prestígio de um filme sobre o escândalo de assédio sexual que abalou o canal de notícias associado à ascensão de Trump. O sucesso do filme se deve em grande parte à maneira como seus principais atores incorporam as personagens, com mais do que apenas empenho — uma verdadeira e firme dedicação.

Eles expõem como, tanto nas grandes corporações quanto na política, as elites agem acreditando estar acima das consequências. "Bombshell" nos mostra que não é assim.

Fiquei encantada com o filme; além da excelente caracterização dos personagens, sua história revela a luta feminista dentro das empresas e aponta o desfecho que muitas situações similares deveriam ter.

3 de setembro de 2024

Dinâmica Luz das letras: Um homem terá de escolher uma de duas malas.

Segunda dinâmica: Um homem terá de escolher uma de duas malas. Uma delas é a mala do «passado» a outra a mala do «futuro». Deve escrever uma narrativa até às 300 palavras onde mostre a opção escolhida. 
Dicas: O que contém? Como é que encontra as malas? Alguém as oferece? Escolhe uma mala ou outra em detrimento do quê?
Numa esplanada à beira do mar sereno, sob o calor abrasador do verão, eu estava sentada em frente a um homem, saboreando uma bebida refrescante. A conversa fluía de maneira tranquila, mas, naquele dia, as palavras me escapavam com facilidade. Havia um enigma que rodopiava em minha mente, algo que precisava resolver para esclarecer as dúvidas que me perseguiam.
Fixei meu olhar nele e disse calmamente: "Tenho aqui duas malas de cartão, e terás que escolher uma com cuidado. Em uma delas está o passado, onde tens o conhecimento de tudo o que já aconteceu. Sabes como reagir a cada situação, já conheces os caminhos. Na outra, está o futuro, um desconhecido completo. Nada sabes sobre ele. Cada momento será uma nova aventura, cheia de surpresas e incertezas. Qual escolherias? Pensa bem, porque a tua resposta trará uma decisão minha."

Ele ficou em silêncio por alguns minutos, contemplando o mar, como se buscasse inspiração nas ondas tranquilas que iam e vinham. E então, com uma serenidade inabalável, olhou-me diretamente nos olhos e respondeu, sem hesitação:


"Escolho a mala do futuro. Faço essa escolha com a certeza de que terás comigo nessa jornada, ao meu lado, em cada decisão e escolha que a vida nos apresentar. Estarás comigo nos momentos bons e nos difíceis. E, assim como eu, tudo o que for novo para mim será também para ti. Juntos, enfrentaremos o desconhecido, remando na mesma direção, como parceiros de vida."

Aquelas palavras, carregadas de certeza e ternura, tocaram meu coração de uma forma indescritível. E foi assim que decidimos, de forma simples e natural, unir nossas vidas. Tornamos marido e mulher, prontos para o que quer que o futuro nos reservasse, certos de que, qualquer que fosse o destino, estaríamos sempre juntos
.

1 de setembro de 2024

O Apelo Selvagem

Gostei muito de ver este filme. O Apelo Selvagem conta a história de Buck, um cão com um grande coração e John Thornton (Harrison Ford) em quem Buck tem de aprender a confiar. 

Abruptamente levado do seu estilo de vida cuidado na solarenga Califórnia, Buck dá por si nas exóticas regiões selvagens do Yukon do Alasca. 

Sendo o novo cão numa equipa de entrega de correio por trenó durante a turbulenta década de corrida ao ouro de 1890, Buck troca um estilo de vida confortável por um estilo de vida duro e de sobrevivência. 

A vida volta a dar uma reviravolta para Buck quando ele conhece Thornton, um solitário que se transformou em aventureiro, e é claro que os dois irão ter a aventura de uma vida. Navegando num ambiente que tem tanto de imperdoável como de espetacular, a viagem transforma profundamente os dois. Com a sua mistura única de ação real e animação de ponta, 

O Apelo Selvagem é uma experiência visual espantosa que tem personagens realistas e emocionalmente autênticas.

Adaptado de um livro.

29 de agosto de 2024

Eu sou ELEFANTE CROMADO e gosto de ASSUSTAR TURISTAS AZUIS


Agosto rima com gosto, primeira pessoa do verbo gostar. O eu literário é frequentemente um eu ficcional, um eu falso, um eu-outro. O exercício de ser o outro é a maior qualidade de um escritor, exigindo o mesmo trabalho interpretativo que se exige a um ator. Como agosto rima com gosto, vamos ao desafio de sermos um eu-outro com possibilidade de desvios delirantes e, quem sabe, fantásticos.
DESAFIO:
- Escrever seis frases, consequentes ou não, de exatamente 10 palavras;
- Cada frase obedecerá ao seguinte esquema: EU SOU... (+1 substantivo+1adjetivo) ... E GOSTO DE... (+1verbo+1substantivo+adjetivo);
- O desafio não é a procura de lógica, mas o de criatividade e espanto;
- Exemplo: Eu sou ELEFANTE CROMADO e gosto de ASSUSTAR TURISTAS AZUIS.

Eu sou AVE RARA e gosto de MANDAR BOCAS FOLEIRAS
Eu sou LOUCA PSICOPATA e gosto de BRINCAR COM TESOURAS AFIADAS
Eu sou PESSOA CALMA e gosto de LER LIVROS ROMANTICOS
Eu sou MACACA PELUDA e gosto de FAZER MACACADAS MACABRAS
Eu sou CAMINHANTE DO MUNDO e gosto de MERGULHAR NO PROFUNDO MAR
Eu sou ESPERTA SALOIA e gosto de ARMAR EM AMAZONA ANDANTE

27 de agosto de 2024

Livro «Fernão Capelo Gaivota», de Richard Bach


"A obra é uma metáfora sobre a importância de seguirmos os nossos sonhos e desafiarmos convenções. O livro é uma celebração da individualidade e do autoconhecimento."

A importância da liberdade de fazer o que mais deseja, de voar mais alto e alta velocidade.
A inconformidade dos outros do  mesmo bando, fez com que ele fosse banido e que tivesse novas aventuras.
Com amor e perdão consegue dar a volta a tudo e retomar a vida.

26 de agosto de 2024

Aliens Romulus

Em 2142 (20 anos depois dos eventos de Alien, e 37 antes da sequência Aliens),[3] Rain Carradine, uma órfã, trabalha na colônia Jackson's Star ao lado de seu irmão adotivo Andy, um humano sintético reprogramado. Quando seu contrato é estendido à força pela Weyland-Yutani, seu ex-namorado Tyler a convence a se juntar a uma expedição para resgatar cápsulas criogênicas de uma nave abandonada. Essas cápsulas seriam a salvação para Rain e seus amigos: Tyler, sua irmã grávida Kay, seu primo Bjorn e a namorada de Bjorn, Navarro —, permitindo que escapassem para o planeta Yvaga.

Alien Romulus :retour sur la franchise Alien depuis 1979

22 de agosto de 2024

Dinamica com as palavras escolhidas na "À LUZ DAS LETRAS"

 

'Não aguento mais!' ou 'atingi o meu limite!' podem ser os desabafos de quem sofre da chamada Síndrome de ‘Burnout’.

Considero ‘Burnout’, uma depressão com incidência no ‘stress’ crónico. A depressão sempre existiu e muito gente já passou por isso. Mas este, junta-lhe o ‘stress’ ou os problemas com o trabalho que gostamos de fazer.

No ano passado, senti isso. Descontente com algumas coisas que aconteceu com o trabalho e retive dentro de mim. Engolia em seco, entregava-me aos jogos de telemóvel, perdia a calma e irritava-me com outras pessoas, somente para não ter maiores problemas. E com isso, provocava-me problemas com a saúde, voltei a ter problemas com o estômago, dores de cabeça que passou a ser todos os dias e as tonturas vinha do nada.

Comecei a pensar que tenho de mudar alguma coisa para ter um pouco de paz e tranquilidade que tanto procuro. Falei com uma amiga que me deu claridade da situação. Tenho de pensar noutras soluções, dar tempo ao trabalho, melhorar a saúde, que é importante e ter uma atividade, um passatempo.

Eu tenho o poder de dar a volta a situação. Sempre fui contra as depressões, contra o não fazer nada e contra os medicamentos que nos deixam fora de nós. Foi quando apareceu esta formação da Escrita da Analita Santos, que me ajudou a desviar a minha mente para outros assuntos. Pegar no meu manuscrito que está na gaveta, há muito tempo e aperfeiçoar a minha linguagem portuguesa, seja para escrever, seja para falar.

Neste momento, o trabalho corre dentro dos possíveis, a saúde melhorou e espero melhorar brevemente. E o manuscrito a correr às maravilhas, a aprender palavras e conceitos novos. Finalmente, a ter sombra para escrever, sol para divagar e navegar nos livros interessantes e emocionantes.

20 de agosto de 2024

Doze badaladas


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na troca dos olhares rápidos,
Na selvajaria das nossas mãos,
No toque suave dos nossos lábios,
Sobre a minha pele.
No uso e abuso dos nossos corpos sedentos,
Começa a nossa aventura de noite de lua cheia.
Desejo enorme de ser tocada,
A vontade arrebatadora de ter contacto corporal,
Desenfreadamente, encostaste-me contra a parede
E somente com a ponta da língua,
Arrepiaste-me a espinha.
As roupas atiradas ao chão
Rolamos nas paredes ao longo do quarto,
Em momentos de ‘suspense’
Juntos fomos parar ao local,
Aonde poderíamos olhar,
Aonde às nossas mãos
Poderiam tocar, sentir,
Conhecer cada ponto dos nossos corpos,
Despertar em nós, os desejos
A louca vontade de sermos consumidos.
No caloroso ambiente de desejos,
Nos corpos ainda sedentos,
Invadiste a minha propriedade privada
E arrebataste em todos os momentos que tivemos juntos...
Foi uma noite muito Pimentinha…
Debaixo do sono profundo
Ouvi, o relógio no corredor
Que bate pontualmente as badaladas,
Um, tinha de acordar dos teus braços,
Dois, procurar as roupas perdidas pelo quarto,
Três, vestir e preparar para sair,
Quatro, apanhar a mala colocada num canto,
Cinco, procurar as chaves do carro
Seis, dizer “Bom dia, até breve”
Sete, a porta que abre e fecha,
Oito, a descida das escadas de mármore,
Nove, ouvir um vrummm da abóbora,
Dez, o silêncio do adeus,
Onze, a fuga da Cinderela,
Doze, um uivo da madrugada.”
                                                         Autoria: LMCF

18 de agosto de 2024

Livros lidos

 

Dr. James R. Doty

Dentro da Loja Mágica - Um neurocirurgião à descoberta dos caminhos secretos para a alma. 


 

É de uma família pobre, pai alcoólico e mãe com problemas de saúde. Viu uma loja de magia, em que queria comprar um polegar de plástico e acabou por simpatizar com a senhora detrás do balcão. Que durante algumas semanas, ensinou-lhe alguns truques e aplicar na vida, para a melhorar. Truques de relaxamento e respiração, controlar a mente, abrir o coração e focar num propósito de futuro… E conta como correu a vida dali para frente e que usufrutos teve com os truques. 


 

Annie Ernaux

‘A Vergonha’ a recordar da cena de quando o Pai tentou matar a Mãe, com 12 anos, numa altura, em que a classe social era mais importante.

‘O acontecimento’, uma jovem de 23 anos que engravida de um rapaz. E agora? Nesta sociedade que não é permitido o aborto? Estando na faculdade, os pais não sabiam e aconteceu… A procura de ajuda, de médicos, enfermeiras, clandestinamente. E se corre mal… tantas mulheres passaram por isso.

‘O Jovem’, fala do seu desejo feminino de corpo de 50 anos com um rapaz mais novo, de classes sociais diferentes.

‘Uma paixão simples’, uma relação que toma conta de tudo, ela divorciada com filhos adultos com um jovem mais novo. Descreve de maneira erótica as cenas, que os torna num romance sentimental.

‘Os anos’, empreende neste livro a ambiciosa e bem-sucedida tarefa de escrever uma autobiografia impessoal. (Ainda a ler)

11 de agosto de 2024

Pares improváveis - a luz das letras!

Preparados para o festival que irá acontecer neste fim-de-semana, por quatro dias. Enquanto o meu companheiro conduzia serenamente, eu fazia uma viagem adormecida, com almofadinha ao pescoço. Chegámos decorrido uma hora. Estendemos o pano, pusemos umas cadeiras e lanchamos, eu, meu companheiro e a nossa cadela. Esperávamos pelos outros, que iriam chegar brevemente.

Ao montar as tendas, olhava para o céu e o por do sol de laranja brilhante, amanhã irá estar muito calor, dizia eu. Fomos tomar banho de chuveiros e de água fria.

Seguimos para o recinto da aldeia, aonde a festa ia começar com muita gente. Todo o género de pessoas, bebés, crianças, famílias, jovens e adultos com mais idade, até a população local. A aldeia era Pequena, com casas baixas e todas pintadas de branco e uma igreja no centro.

Havia vários palcos, auditório e recintos grandes para tocar as bandas até às altas horas da noite. Vários locais de casa-de-banhos, para homens e para mulheres. Havias várias lojas de comidas e bebidas e sítios para sentar e comer. Lojas de vendas de objetos do festival e carregamentos nas pulseiras para transações. Também havia carrinhos de bolos, gelados e gulodices. Um deles, adorávamos. Bolas de Berlim de vários sabores (creme, Nutella, maça e canela) e bolos de bolachas intrigantes com vários sabores (normal, amêndoas, canela, chocolate e outros) e textura (mole, duro e rijo). 

Foram uns dias quentes e noites excelentes. De dia, íamos à praia fluvial ali perto, tomar o pequeno-almoço e banho de rio. Almoçamos todos juntos, conversamos muito e ríamos. Voltávamos para o campismo, tirávamos uma sesta, debaixo das árvores, á sombra. A meio da tarde, íamos tomar banho e seguíamos para os concertos, quer a solos ou em bandas.

Claro sempre com muitas garrafas de água, que enchíamos e protetor solar.


7 de agosto de 2024

Começar com "Quero" e terminar com o "Não quero"!


Quero viver a vida! 
Já completei os cinquenta anos e o que aprendi até agora? Já vivi as várias fases da minha vida.
Ser criança, sempre sorridente e alegre.
Ser adolescência com dores e sofrimentos das cirurgias e as perdas de entes próximos.
Vida de solteira e vida de união com um companheiro até envelhecer. 
Estar a trabalhar longe e perto de casa, fazer viagens e ter aventuras. 
Aprendi que vivemos de vivências e de experiências.
O que temos de material, fica cá neste mundo.
O que temos de emocional, cresce connosco.
O que faz ouvir e falar, faz-nos querer saber mais.
O conhecer antes de julgar, aumenta a amizade e a união.
O que faz pensar, é a nossa existência.
O que faz agir é saber que nos traz frutos.
O que nos faz dar e oferecer é saber que também vamos receber.
O que nos faz amar é saber que há que tenha que ter amor.
Com esse amor incondicional que nos torna bons de coração.
O que nos faz ter a coragem de enfrentar tudo e todos, dá-nos a força.
Se sobrevivemos com as dores que temos, acabamos por não as sentir.
Se vivermos um dia de cada vez é um passo para frente.
Vivermos do passado é massacre sem solução.
É importante mudar o presente para um futuro melhor.
O nosso destino faz-se com um passo de cada vez.
A crua e fria realidade é viver com calma e como queremos.
Perder a liberdade e a tranquilidade, é o que não quero!

4 de agosto de 2024

Dois filmes que marcaram na vida!

A morte de Dom Quixote de La Mancha de 2018
Quando faz seu filme de conclusão de estudos, o jovem cineasta Toby (Adam Driver) viaja à Espanha para filmar uma versão independente de Dom Quixote. Para o ator principal, escala um sapateiro da região (Jonathan Pryce), que nunca trabalhou no cinema antes. Doze anos se passam, e Toby, agora um renomado diretor de comerciais de televisão, tem a oportunidade de fazer uma superprodução também baseada no livro de Cervantes. Ele retorna à Espanha, começa as gravações, mas logo enfrenta uma crise criativa. Buscando inspiração, tenta reencontrar os atores do projeto anterior. Toby descobre que o sapateiro enlouqueceu, e realmente acredita ser Dom Quixote. Pior ainda, o cavaleiro maluco confunde Toby com seu fiel escudeiro, Sancho Pança.

"E Tudo o Vento Levou" ("Gone with the Wind") é um dos filmes mais icônicos da história do cinema. Lançado em 1939, é uma adaptação do romance homônimo de Margaret Mitchell, publicado em 1936. Dirigido por Victor Fleming (com contribuições de George Cukor e Sam Wood), o filme é estrelado por Vivien Leigh como Scarlett O'Hara, Clark Gable como Rhett Butler, Leslie Howard como Ashley Wilkes e Olivia de Havilland como Melanie Hamilton.

Dom Quixote, e "E Tudo o Vento Levou" são marcos culturais que exploram temas universais de luta, desilusão e redenção. A morte de Dom Quixote marca a conclusão de uma vida de ilusões e aventuras, enquanto o impacto duradouro de "E Tudo o Vento Levou" continua a ser sentido no cinema e na cultura popular. Cada obra, à sua maneira, oferece uma rica tapeçaria de narrativas e personagens que continuam a ressoar com o público moderno.
“A morte de Dom Quixote”, uma comédia em que começa com uma crise criativa e depois a transformação.
“E Tudo o Vento Levou”, a história de uma menina mimada, que passa pela a guerra, a fome, a morte, a perda da filha e o romance que não era o que pensava. E acaba por perder o amor recente.